Enquanto milhões de brasileiros se preparam para homenagear seus entes queridos no Dia de Finados, uma empresa familiar do interior de São Paulo vive seu momento mais movimentado do ano. Há exatamente 90 anos, a Fábrica de Caixões Santa Cecília mantém viva uma tradição que transcende gerações, tornando-se referência nacional em seu segmento.
Da Carpintaria Familiar ao Sucesso Nacional
Tudo começou em 1935, quando um imigrante italiano decidiu transformar seu conhecimento em marcenaria em um negócio especializado. O que parecia ser uma empreitada ousada para a época transformou-se em um legado que perdura por quase um século, sempre comandado pela mesma família.
"Meu avô chegou ao Brasil com pouco mais que suas ferramentas e muita disposição. Ele jamais imaginaria que, décadas depois, estaríamos fornecendo para produções da TV Globo", conta neto do fundador, que hoje comanda a empresa.
Presença nas Telinhas
A qualidade dos produtos acabou chamando atenção além do mercado funerário. Produções de novelas já utilizaram caixões da fábrica em cenas de velório, buscando autenticidade para suas narrativas. A empresa prefere não divulgar quais produções específicas, mas confirma parcerias com a maior emissora do país.
Diversidade de Produtos
- Caixões artesanais em madeira maciça
- Modelos econômicos para todas as classes sociais
- Peças personalizadas conforme solicitação da família
- Urnas funerárias para cremação
O Segredo da Longevidade
Em um negócio onde a sensibilidade é fundamental, a empresa aprendeu a equilibrar tradição e inovação. Mantém técnicas artesanais herdadas dos fundadores, mas incorporou tecnologias modernas de produção.
"Respeito e dignidade são nossos pilares. Cada peça que sai daqui carrega não apenas madeira, mas história e consideração por quem se foi e por quem fica", explica o atual diretor.
Momentos de Maior Demanda
- Dia de Finados (pico anual)
- Períodos de crises de saúde pública
- Eventos climáticos extremos
- Datas comemorativas emocionais
Enfrentando Tabus
Trabalhar com a morte ainda é um tabu na sociedade, mas a família encontrou uma forma de humanizar seu trabalho. Eles enxergam sua função como um último gesto de cuidado com os falecidos e um conforto para os familiares.
A fábrica se orgulha de ter atendido gerações inteiras de uma mesma família, acompanhando histórias que começam com os bisavós e chegam aos netos. Essa continuidade, afirmam, é a maior prova de que estão no caminho certo.
Enquanto prepara sua produção para atender a demanda do Dia de Finados, a empresa já pensa no futuro. "Queremos chegar aos 100 anos mantendo a mesma qualidade e respeito que nos trouxeram até aqui", projeta o diretor, enquanto supervisiona mais um lote de caixões que seguirá para diferentes pontos do país.