
O sol ainda não havia nascido quando o avião carregando um herói silencioso pousou em solo mineiro. Na madrugada desta sexta-feira (26), o corpo do policial militar — cujo nome ainda não foi divulgado oficialmente — chegou a Belo Horizonte, depois da tragédia que abalou a costa potiguar.
Era quinta-feira (25) quando o mar, caprichoso como só ele sabe ser, decidiu escrever um capítulo triste nessa história. Nas águas turquesa de Pipa, cartão-postal conhecido por sua beleza traiçoeira, o PM mineiro se afogou durante um momento de descanso — ironia cruel para quem dedicou a vida a salvar outros.
O caminho de volta para casa
O translado do corpo foi feito de Natal para a capital mineira em um voo comercial. Familiares, com olhos inchados de tanto chorar, acompanharam cada etapa desse doloroso retorno. A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) emitiu nota lamentando a perda de "um bravo servidor público".
— A gente nunca espera que seja um dos nossos — comentou um colega de farda, sob condição de anonimato. — Ele estava só curtindo as férias, merecidas, diga-se de passagem.
Último adeus
O velório será realizado neste domingo (28), no cemitério Parque da Colina, em Sabará, cidade da região metropolitana de BH. A cerimônia está marcada para começar às 8h, com previsão de sepultamento para o meio-dia.
Enquanto isso, nas redes sociais, colegas e amigos compartilham memórias do policial — algumas engraçadas, outras emocionantes, todas marcadas por uma saudade que já dói. "Era o primeiro a chegar e o último a sair", escreveu um deles. "O tipo de pessoa que faz falta no mundo", completou outro.
O caso serve como alerta: mesmo os mais experientes podem ser pegos de surpresa pelo mar. Neste verão, já são vários os registros de afogamentos em praias brasileiras — um lembrete amargo de que a natureza, por mais bela que seja, exige respeito.