
Imagine um jato sendo aplaudido de pé por passageiros emocionados — sim, isso aconteceu em Santa Catarina. E não foi ontem: o Aeroporto Internacional de Navegantes, um dos mais movimentados do Sul do país, acaba de completar 53 anos cheios de histórias que misturam política, acidentes aéreos e até homenagens inusitadas.
Quem diria que um político local teria seu nome estampado na fuselagem de uma aeronave? Pois é, mas antes que você pense em teorias da conspiração, a explicação é mais simples (e menos glamourosa) do que parece. O tal político — que preferimos não nomear para evitar polêmicas — conseguiu a proeza após uma série de... digamos, "favores estratégicos" à infraestrutura aeroportuária.
O dia em que o aeroporto parou
1978. Um Boeing 727 da Varig escorrega na pista molhada durante aterrissagem. O susto foi grande, mas — pasme — zero feridos. "Foi aquele dia em que todo mundo rezou até o último segundo", conta um antigo funcionário que pediu anonimato. "Até o chefe da torre de controle, ateu confesso, fez o sinal da cruz."
Décadas depois, o episódio ainda é lembrado como exemplo da "sorte catarinense". E olha que não foi o único:
- 1994: Um Fokker 100 da TAM faz pouso de emergência após problema hidráulico
- 2004: Temporal dança hangares e adia voos por 12 horas
- 2016: Greve de funcionários paralisa operações por 3 dias
"Aeroporto de político"? A polêmica que dividiu opiniões
Nos anos 2000, uma proposta de mudar o nome do aeroporto para homenagear uma figura política local gerou treta. "Parecia briga de torcida organizada", lembra uma comissária aposentada. "Tinha grupo distribuindo panfletos contra no saguão!" No final, prevaleceu o bom senso — e o nome geográfico permaneceu.
Mas a política nunca deixou completamente o aeroporto. Em 2019, um jato executivo com o nome de um deputado estaduou estacionou por semanas no pátio. "Aquilo ali era pura propaganda voadora", resmunga um taxista que trabalha na região há 20 anos. "Depois reclamam que o povo é descrente..."
De porto pesqueiro a hub turístico
Quem vê o movimento atual — quase 3 milhões de passageiros por ano — nem imagina que tudo começou com uma pista de 1.800 metros cercada por plantações. "A gente vinha de bicicleta ver os aviões pousando", recorda-se Dona Marta, 78 anos, moradora desde 1965. "Era programa de domingo."
Hoje, o aeroporto é vital para o turismo da região. Só em 2024:
- 47 rotas domésticas
- 5 voos internacionais semanais
- Previsão de expansão para receber Airbus A350
E pensar que tudo começou com um simples "e se a gente construísse uma pista aqui?" — frase dita, segundo lendas locais, durante um churrasco de fim de semana. Coisas de Santa Catarina, né?