
O que era para ser um dia comum no bairro da Imbiribeira, na Zona Sul do Recife, transformou-se num pesadelo que vai marcar para sempre a vida de uma família. Lembro-me de pensar, ao saber do caso, como algo tão banal — uma simples caminhada pela calçada — pode virar tragédia em segundos.
Era abril de 2019 quando o inacreditável aconteceu: uma placa de concreto, dessas de comunicação visual que vemos por toda parte, simplesmente se desprendeu do muro de contenção do Metrô do Recife. Caiu com força brutal sobre uma menina de apenas 11 anos que passava pelo local. O barro deve ter sido ensurdecedor.
Anos de Espera por Justiça
Agora, pasmem — mais de seis anos depois — a família finalmente conseguiu algum tipo de reparação. A CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos) foi condenada a pagar R$ 50 mil por danos morais. Uma vitória? Talvez. Mas me pergunto se qualquer valor seria suficiente para apagar as sequelas desse trauma.
A decisão saiu da 1ª Vara Federal de Pernambuco, e olha só o detalhe: a menina sofreu múltiplas fraturas no braço direito. O ferimento foi tão grave que exigiu cirurgia de urgência e deixou marcas permanentes. A família, coitada, enfrentou verdadeiro calvário — desde o susto inicial até as intermináveis sessões de fisioterapia.
Responsabilidade Questionada
O que mais me indigna nessa história toda é que a CBTU tentou, vejam só, se esquivar da responsabilidade. Alegaram que a placa não era deles! Mas a Justiça não comprou essa versão — ficou claro que a estrutura estava sob responsabilidade da empresa.
Pensem comigo: se nem quem administra o metrô assume a manutenção das próprias instalações, em quem podemos confiar? É cada uma que me aparece...
- A placa media aproximadamente 2,5 metros de comprimento por 1,5 metro de altura
- O acidente aconteceu na Avenida Bernardo Vieira de Melo, ponto movimentado da capital pernambucana
- Além da indenização moral, a CBTU terá que arcar com as despesas médicas e terapêuticas futuras
Lição que Fica
Esse caso deveria servir de alerta para todas as empresas de transporte urbano do país. Manutenção preventiva não é luxo — é obrigação. E quando falamos de estruturas em áreas públicas, a responsabilidade é ainda maior.
A família, ainda se recuperando emocionalmente do ocorrido, finalmente vê uma luz no fim do túnel. Mas confesso que fico pensando: quantos outros pontos perigosos existem por aí, esperando para virar notícia?
O pior é saber que poderia ter sido evitado. Sempre pode.