Hospital Salgado Filho sob investigação: corpos em decomposição e notificação às autoridades sumiu
Hospital Salgado Filho: corpos em decomposição sem notificação

O que deveria ser um local de cuidado e respeito transformou-se em cenário de uma situação que beira o inacreditável. A Polícia Civil do Rio decidiu investigar o Hospital Municipal Salgado Filho depois de uma descoberta que deixou até os investigadores mais experientes perplexos.

Corpos humanos em estado avançado de decomposição, simplesmente ali, sem que ninguém tivesse se dado ao trabalho de avisar as autoridades. Parece roteiro de filme de terror, mas é a realidade que está sendo apurada no maior hospital municipal da América Latina.

O que a polícia encontrou

A coisa toda começou a vir à tona quando uma equipe da 26ª DP (Ilha do Governador) foi ao hospital na última quinta-feira. E o que encontraram? Dois corpos em situação lastimável, com sinais evidentes de decomposição - um deles estava lá desde o dia anterior, o outro desde aquela mesma manhã.

O mais absurdo? Nenhum comunicado oficial. Nada. Como se fosse normal manter corpos nesse estado sem seguir os protocolos mais básicos.

O silêncio que fala mais alto

Agora vem a parte que realmente tira o sono. A direção do hospital simplesmente não soube - ou não quis - explicar o motivo de não ter notificado o Instituto Médico Legal sobre os óbitos. Sério mesmo?

Um hospital desse porte, com toda a estrutura que deveria ter, simplesmente deixa de cumprir um procedimento tão fundamental? É de se questionar quantas vezes isso pode ter acontecido antes sem que ninguém descobrisse.

As consequências já começaram

O Ministério Público já foi acionado e o caso agora é tratado como possível crime de epidemia com resultado morte - algo grave, muito grave mesmo. A delegada Mariana Rocha, que está à frente das investigações, foi categórica: a situação fere princípios básicos de humanidade e descumpre normas sanitárias elementares.

Enquanto isso, a Secretaria Municipal de Saúde tenta controlar os estragos, afirmando que os corpos foram removidos para o IML e que vai apurar internamente o caso. Mas a pergunta que fica é: será que isso seria suficiente se a polícia não tivesse descoberto?

O hospital, que atende pelo SUS e é referência na região, agora enfrenta uma crise de credibilidade que pode manchar sua reputação por muito tempo. E os familiares dos falecidos? Imagino o desespero de saber que seus entes queridos foram tratados com tamanho descaso.

O caso segue sob investigação, mas já serve como alerta para que situações como essa não se repitam - nem ali, nem em qualquer outro estabelecimento de saúde. Porque no fim das contas, estamos todos sujeitos a precisar desses serviços um dia.