
A notícia chegou como um soco no estômago para quem conhecia Lorena Pitalunga. Aos 36 anos, uma profissional que dedicava sua vida a cuidar dos sorrisos alheios partiu de maneira tão abrupta que ainda custa acreditar. Na última terça-feira, o silêncio pesado tomou conta do consultório onde ela trabalhava - aquelas cadeiras odontológicas que testemunharam tanto cuidado agora vazias.
O que aconteceu exatamente? Bom, os detalhes são tão simples quanto aterrorizantes. Um daqueles acidentes domésticos que a gente sempre acha que só acontece com os outros. Lorena sofreu uma queda dentro de casa, na região do Setor Marista, e bateu a cabeça. Parece banal, não é? Mas foi o suficiente para causar um traumatismo craniano que, infelizmente, não deu chances.
Ela foi levada às pressas para o Hospital Alberto Rassi, mas o quadro era crítico demais. Os médicos tentaram de tudo - você não imagina o desespero da família acompanhando aquela luta contra o relógio. Mas às 15h20 do dia 1º de outubro, o coração de Lorena parou de bater. Três palavras que ninguém estava preparado para ouvir: "não resistiu ao trauma".
Uma vida dedicada aos sorrisos
Quem era essa mulher que deixou tanta saudade? Lorena não era apenas mais uma dentista na cidade. Ela tinha aquela rara combinação de competência técnica com um trato humano que fazia os pacientes se sentirem em casa. Seu consultório era ponto de referência para muitas famílias - gerações que confiavam seus dentes aos seus cuidados habilidosos.
Formada há mais de uma década, ela construiu uma carreira sólida baseada na ética e no carinho. Não era daquelas profissionais que tratam os pacientes como números - cada um tinha nome, história, medos e expectativas. E ela sabia lidar com tudo isso com uma paciência de jogo que impressionava.
O vazio que ficou
Agora, o que dizer dos que ficaram? A família - nossa, a família está despedaçada. Como explicar que alguém tão cheio de vida partiu por causa de um tropeço? São dessas ironias do destino que a gente nunca entende direito.
Os colegas de profissão também sentem o baque. O Conselho Regional de Odontologia de Goiás já se manifestou, prestou solidariedade - mas palavras, nessas horas, parecem tão vazias. O que consola mesmo são as lembranças: o sorriso fácil de Lorena, sua dedicação, aquela maneira única que ela tinha de acalmar os pacientes mais nervosos.
O corpo foi velado no cemitério Parque Jardim das Palmeiras, e o sepultamento aconteceu no mesmo local. Foi uma despedida tranquila, como ela merecia, mas com aquele amargor de quem parte cedo demais.
E aí a gente para e pensa: a vida é mesmo frágil como cristal. Um minuto você está planejando o futuro, no seguinte... bom, no seguinte tudo pode mudar. Lorena deixa um legado de profissionalismo e humanidade que poucos conseguem construir em uma vida inteira. E deixa também um alerta silencioso sobre como precisamos valorizar cada momento.
Goiânia perdeu não só uma excelente dentista, mas uma daquelas pessoas que fazem diferença na comunidade. E os sorrisos que ela ajudou a construir? Esses ficam como testemunho permanente do seu trabalho.