Rachaduras no Bairro Bom Parto: Justiça Federal vistoria imóveis em Maceió e situação preocupa moradores
Justiça vistoria imóveis após rachaduras no Bom Parto (AL)

Era uma manhã como qualquer outra no Bom Parto — até que o chão começou a "sorrir" de forma sinistra. Não, não era piada: rachaduras largas o suficiente para engolir uma bola de futebol apareceram sem aviso, transformando calçadas em quebra-cabeças perigosos.

Agora, a Justiça Federal botou o pé no barro literalmente. Equipes técnicas passaram o pente-fino em 12 imóveis nesta terça (23), enquanto moradores observavam de janelas rachadas, misturando alívio e descrença. "Parece que a terra tá com cólica", brincou ironicamente um senhor de 68 anos, antes de confessar: "Mas tá dando medo, viu?".

O que dizem os peritos?

Os laudos preliminares apontam para movimentação do subsolo — aquela velha história de água subterrânea e solo instável que ninguém vê até virar problema. Sabe quando você pisa em areia movediça na praia? É mais ou menos isso, só que em escala urbana e com casas em cima.

  • Vistorias começaram às 7h e seguiram até o meio-dia
  • Três imóveis já receberam ordem de interdição preventiva
  • Prefeitura prometeu "analisar com urgência", mas moradores cobram ações mais rápidas

Curiosamente, o caso lembra — ainda que em proporções menores — o desastre de Brumadinho. "Não estamos dizendo que vai acontecer o mesmo", esclareceu um geólogo presente, "mas quando a terra fala, é bom escutar". Filosófico, não?

E os moradores?

Dona Maria, de 54 anos, mostrou a rachadura que corta seu quintal como se fosse cicatriz de guerra. "De noite dá pra ouvir estalos", contou, enquanto arrumava vasos que insistem em tombar sozinhos. Do outro lado da rua, um comerciante preferiu não dar nome: "Se eu falar muito, o aluguel despenca".

A Defesa Civil municipal — que já tinha sido acionada antes — agora trabalha em conjunto com a Justiça Federal. Parece que finalmente o caso ganhou a "carteira de prioridades", como dizem por aqui. Resta saber se as soluções virão antes que o bairro vire um tabuleiro de detetive.