
Era para ser mais um dia normal de trabalho, mas o destino pregou uma peça cruel. Na madrugada desta quarta-feira (23), as chamas transformaram sonhos em fumaça no tradicional Mercado Municipal de Piracicaba. Um incêndio — desses que deixam marcas não só nas paredes, mas na alma — devorou pelo menos cinco boxes, incluindo a loja de Elias Martins, que há 12 anos construía seu futuro no local.
"Quando recebi a ligação, pensei que fosse brincadeira. Corri pra cá e... só restou o choro", desabafa o comerciante, ainda atordoado. As prateleiras que abrigavam seus produtos? Cinzas. O balcão onde atendia os clientes com um sorriso? Escombros. Tudo virou pó em questão de minutos.
O desespero dos pequenos empreendedores
Não foi só o Elias que perdeu tudo. Outros quatro comerciantes — gente que acordava antes do sol nascer pra garantir o pão de cada dia — viram seus negócios virar fumaça. "A gente batalha tanto, sabe? E de repente... puff!", lamenta Dona Marta, dona de uma loja de temperos que herdou do pai.
Os bombeiros chegaram rápido, mas as chamas eram mais rápidas ainda. Quase três horas de combate intenso, e olhe lá. "Quando esse tipo de tragédia acontece, a gente vê como a vida pode ser frágil", comenta um soldado, ainda sujo de fuligem.
E agora, José?
A prefeitura já prometeu ajuda — aquela básica, sabe como é — mas os comerciantes estão no limbo. Sem estoque, sem local pra trabalhar, sem renda. "O pior não é o prejuízo material", reflete Elias, "é ver anos de suor indo embora pela fumaça".
Enquanto isso, o cheiro de queimado ainda paira no ar do Mercadão, misturado com um silêncio pesado. O que era barulho de negócios virou sussurro de tristeza. E a pergunta que não quer calar: como reconstruir o que o fogo levou?