
Não foi um dia qualquer para os moradores da região entre Jardins Cambuci e Santa Mônica. Por volta das 15h desta sexta-feira (25), um clarão no céu — seguido de uma fumaça densa que parecia algodão queimado — anunciou o caos: um incêndio de partir o coração tomava conta de um galpão de reciclagem.
Os bombeiros? Correram como quem apaga fogo com gasolina — no bom sentido, claro. Chegaram em 12 minutos (tempo recorde pra quem conhece o trânsito da região) e enfrentaram labaredas que desafiavam a lógica. "Parecia um dragão cuspindo fogo", relatou um vizinho que preferiu não se identificar — ainda tremendo das pernas.
O que sabemos até agora:
- Local: Área de triagem na divisa entre dois bairros residenciais
- Quando: Tarde de sexta-feira, horário de pico de trabalho
- Vítimas: Zero, graças a Deus — todos os funcionários saíram a tempo
- Material perdido: Toneladas de recicláveis que viraram cinza em questão de minutos
O pior? Aquele cheiro de plástico derretido que grudou na garganta da vizinhança. "Até agora tá dando ânsia", reclama Dona Marta, dona de uma padaria a três quadras dali. Ela teve que fechar as portas mais cedo — ninguém aguentava o ar pesado.
E as causas?
Ah, aí vem o mistério. Os peritos tão mordendo a língua pra não soltar palpites antes da hora. Mas entre um café e outro, os bombeiros mais experientes cochicham sobre três possibilidades:
- Curto-circuito na instalação elétrica (aquela velha conhecida)
- Acúmulo de gás dos materiais reciclados (química não perdoa)
- Falta de manutenção nos extintores (sempre a mesma história)
Enquanto isso, o prejuízo — calculado preliminarmente em seis dígitos — deixa os donos do local com aquele nó na garganta. "Era nosso sustento", desabafa um dos sócios, olhando pra pilha de entulho que antes era papel, plástico e esperança.
O Corpo de Bombeiros prometeu um relatório detalhado até segunda-feira. Mas uma coisa é certa: essa história vai esquentar os debates na Câmara Municipal sobre normas de segurança pra galpões de reciclagem. E não vai ser pouco.