
Era por volta das 15h30 quando a tranquilidade da vizinhança foi quebrada por gritos de "fogo!" — a cena que se seguiu parecia saída de filme catástrofe. Um ateliê de 40m², onde um artesão local produzia móveis rústicos, virou cinzas em questão de minutos.
"Parecia que alguém tinha jogado gasolina, mas foi um curto-circuito", contou Mara Rocha, vizinha que acionou os bombeiros. O estúdio — cheio de madeira, tintas e solventes — era basicamente um barril de pólvora.
O que salvou foi a sorte (e os bombeiros)
Por incrível que pareça, a casa principal — separada por meros 3 metros — escapou ilesa. "Se o vento estivesse na direção oposta...", o sargento Almeida não precisou terminar a frase. Os 12 bombeiros que atenderam a ocorrência levaram 40 minutos para dominar completamente as chamas.
- Prejuízo estimado: R$ 85 mil
- Nenhuma vítima fatal (um gato desaparecido foi encontrado depois)
- Causa provável: sobrecarga em extensão antiga
O artista plástico Donizete — dono do ateliê — chegou a chorar ao ver anos de trabalho virando fumaça. "Minhas ferramentas, minhas peças quase prontas... tudo que eu tinha estava aqui", desabafou, segurando o que sobrou: um cinzeiro de cerâmica que inexplicavelmente resistiu ao fogo.
Aviso que ninguém quer ouvir
Os bombeiros reforçaram o alerta: "90% desses casos poderiam ser evitados com revisão elétrica anual". Mas quem é que realmente faz isso? A gente sempre acha que desgraça só acontece com os outros — até o dia em que a fumaça escura começa a subir no nosso quintal.
Enquanto isso, Donizete já planeja recomeçar — dessa vez com seguro e instalações à prova de fogo. "Arte não morre", filosofou, limpando a fuligem do rosto. Resta saber se a burocracia dos seguros vai concordar com ele.