
Imagine a cena: uma casa comum, num bairro normal de Maceió, escondendo um segredo nojento pra lá de perigoso. Pois é exatamente o que aconteceu no Farol, onde os fiscais da Superintendência Municipal de Controle e Zoonoses tiveram que encarar uma missão das brabas.
Foram nada menos que oito toneladas de lixo, entulho e deus sabe o que mais saindo de uma única residência. Oito! Dá pra acreditar? O proprietário, um acumulador, vivia cercado por uma montanha de coisas inúteis — e o pior: cheia de vida indesejada.
O que tinha lá dentro? Só o que não devia
Ratos. Baratas. Escorpiões. Um verdadeiro zoológico do lado sombrio, criado justamente pela sujeira e pela umidade. A situação tava tão feia que os vizinhos já não aguentavam mais. Reclamações não faltavam, e a ameaça à saúde pública era mais que evidente.
— A gente via os bichos saindo de lá e invadindo outras casas — contou um morador da área, que preferiu não se identificar. — Medo de pegar alguma doença, ou de uma criança ser picada por um escorpião, era constante.
Operação foi complexa e necessária
A ação, que rolou na última terça-feira (2), não foi simples. Duas caminhonetes e um caminhão pau-de-arara foram necessários pra dar conta de todo aquele volume. Os agentes usaram equipamentos de proteção, é claro. Afinal, mexer com aquele cenário era se arriscar.
Além do evidente problema com pragas, o acúmulo desenfreado criava um risco iminente de incêndio. Bastava um curto-circuito, uma faísca, e tudo viraria um combustível gigante. Um perigo real pra todo o quarteirão.
E o acumulador? Precisa de ajuda, não de julgamento
Aqui, é importante lembrar: acumulação é um transtorno mental. A pessoa não junta coisas por querer, mas por uma compulsão difícil de controlar. A Prefeitura de Maceió afirmou que, além da limpeza, o caso foi encaminhado pra rede de assistência social e de saúde.
— Não se trata apenas de limpar, mas de cuidar de quem tá doente — explicou um dos envolvidos na operação. — Ele precisa de tratamento, não de punição.
Casos assim, infelizmente, não são tão raros. E servem de alerta: além de sujar e trazer perigo, o acúmulo descontrolado vira uma questão de saúde coletiva. E no final, todo mundo paga um preço.