Pois é, meus amigos… às vezes o mar mostra sua face mais cruel quando a gente menos espera. E foi justamente o que aconteceu na noite deste domingo, 1º, na costa de São Sebastião. Um barco, que tantas vezes havia singrado aquelas águas, simplesmente virou. Sim, virou como se fosse um brinquedo nas mãos de uma criança brava.
Não foi rápido. Não foi silencioso. Foi assustador. Testemunhas contam que o barco — carregado de gente, sonhos, histórias — começou a adernar de repente, como se puxado por uma força invisível. E em minutos, tudo virou caos. Gritos. Escuridão. O frio da água salgada.
Buscas Contra o Tempo
O pessoal do resgate chegou rápido, até que deram sorte. Mas o mar… ah, o mar não colabora. Ventos fortes, ondas altas, uma escuridão que engole até a esperança. Até agora, confirmaram quatro mortes. Quatro vidas que não voltam mais. E mais de trinta pessoas? Desaparecidas. Sumiram. O oceano levou e não devolveu.
— A gente trabalha com o coração na mão — disse um dos bombeiros, a voz embargada. — Cada minuto conta, mas a natureza dita as regras.
Famílias Desesperadas
Enquanto isso, na praia, o desespero é palpável. Parentes aguardam notícias — qualquer sinal, um nome, um milagre. Teorias não faltam: excesso de peso? Falha estrutural? Mau tempo? Tudo é possível, mas nada traz alívio.
Ah, e tem mais: o tal do barco nem autorização tinha pra operar. Tá vendo? Às vezes a imprudência fala mais alto. E quem paga é sempre o mesmo: gente comum.
O governador já se manifestou. Prometeu apuração rigorosa. Mas hoje, o que importa mesmo é encontrar sobreviventes. É trazer gente de volta.
Porque no fim das contas, o mar pode até levar. Mas a esperança — bem, a esperança a gente não entrega tão fácil.
