
Imagine a cena: um garoto de 10 anos, cadeirante, indo para a escola como qualquer outra criança. Só que, no meio do caminho, o inesperado aconteceu. O elevador da escola municipal em Santos — sim, aquele que deveria ser sinônimo de acessibilidade — virou uma armadilha.
Numa manhã como outra qualquer, o menino (cujo nome não foi divulgado) tentou usar o elevador da escola. Só que, ao invés de segurança, encontrou um fosso aberto. O resultado? Uma queda de quase dois metros, fraturas múltiplas e um trauma que vai muito além do físico.
O que deu errado?
Aqui é que a coisa fica feia. Segundo o processo, a Prefeitura de Santos — responsável pela manutenção do prédio — sabia dos problemas no elevador há meses. Sim, você leu certo: meses. E não fez nada.
Detalhes que causam indignação:
- O fosso estava sem proteção adequada
- Não havia sinalização de perigo
- Professores relatavam problemas no elevador desde o ano anterior
"É de cortar o coração", disse uma professora que pediu anonimato. "A gente avisou, mas parece que criança com deficiência não é prioridade."
A Justiça falou — e não foi pouco
O juiz não teve dúvidas: condenou a Prefeitura a pagar R$ 150 mil em danos morais. Na sentença, palavras duras sobre "omissão grosseira" e "violação flagrante" aos direitos da criança.
Mas será que dinheiro resolve? A mãe do menino, entre lágrimas, foi direta: "Quero que isso nunca aconteça de novo. Meu filho tem medo até de entrar em elevador agora."
Enquanto isso, na Prefeitura, o silêncio é ensurdecedor. Procurada, a administração municipal limitou-se a dizer que "vai recorrer" — sem explicar por que deixou o problema se arrastar.
Uma pergunta que não quer calar: quantas outras "armadilhas" como essa existem nas escolas públicas do país? A gente só fica sabendo quando a tragédia já aconteceu.