
Era para ser mais um dia comum em Manaus, mas uma falha brutal na infraestrutura urbana transformou tudo em pesadelo. Na movimentada avenida Djalma Batista — sim, aquela que todo mundo reclama, mas nada muda — um buraco mal sinalizado engoliu parte de um carro, ceifando duas vidas: uma jovem grávida e o bebê que ela esperava.
O laudo pericial, divulgado ontem, não deixa dúvidas: aquilo não foi "azar" ou "força maior". Foi pura e simples negligência. O buraco existia há semanas, denúncias foram feitas, mas a prefeitura agiu com a velocidade de uma tartaruga com sono.
O acidente que chocou a cidade
Imagine só: você está dirigindo, ouvindo uma música, pensando na vida. De repente — boom! — o asfalto simplesmente desaparece. Foi assim, sem aviso, que o carro da vítima caiu no buraco de quase 1,5 metro de profundidade. A batida foi tão violenta que nem o airbag conseguiu evitar o pior.
"A gente vê essas coisas na TV e acha que nunca vai acontecer aqui", comentou uma vizinha, ainda abalada. Pois é, até acontecer.
Falhas que custaram vidas
O relatório dos peritos é um tapa na cara do poder público:
- Não havia sinalização adequada — só um cone velho jogado ali, que qualquer vento levava
- O buraco já tinha sido reportado três vezes pelo 156
- A profundidade era suficiente para danificar veículos
E o mais revoltante? Um funcionário da prefeitura, que pediu pra não ser identificado, soltou: "Ah, mas essa área tava na lista de reparos". Tá bom, e daí? Lista não salva vidas, ação sim.
Duas vidas perdidas, uma família destruída
A vítima, de 28 anos, estava no sétimo mês de gravidez. Ia ser mãe pela primeira vez. O bebê — uma menina, como descobriram depois — já tinha nome escolhido: Sofia. Agora, em vez de chá de bebê, a família prepara dois velórios.
"Ela era aquela pessoa que iluminava o ambiente", lembra a irmã, entre lágrimas. "Agora a gente vai ter que aprender a viver sem essa luz."
Enquanto isso, na prefeitura, o prefeito soltou um comunicado cheio de "lamentamos profundamente" e "tomaremos as providências". Sabe aquele papo furado que a gente já cansou de ouvir? Pois é.
E agora?
A família promete processar a prefeitura. Os advogados já estão de olho no histórico de reclamações sobre a via. Será mais um daqueles casos que demoram anos, geram indenização mixuruca e ninguém assume a culpa de verdade?
Enquanto a justiça não vem — se é que vem —, os buracos continuam por aí. E a pergunta que não quer calar: quantas tragédias precisam acontecer pra cidade acordar?