O silêncio pesado sobre as águas do rio em Portel, no coração do Marajó, foi quebrado nesta terça-feira (22) por uma descoberta trágica. Os corpos de vítimas de um naufrágio — que desapareceram nas águas turvas dias atrás — finalmente foram encontrados por equipes de busca.
Não foi fácil. As correntezas caprichosas do rio e a vegetação densa das margens transformaram a operação num verdadeiro quebra-cabeça. "A gente sabia que o tempo era inimigo", confessou um dos bombeiros, com a voz embargada pela fadiga e pela emoção.
O que se sabe até agora?
Detalhes ainda escorrem entre os dedos como areia molhada. Mas fontes locais contam que a embarcação — dessas simples, que todo mundo conhece por ali — simplesmente não resistiu à força das águas. Seria excesso de peso? Falha mecânica? Má conservação? As perguntas ecoam na comunidade ribeirinha, onde barcos são tão essenciais quanto o ar que se respira.
Os nomes das vítimas? Ainda não foram divulgados oficialmente. Mas em Portel, onde todo mundo se conhece, o luto já veste a pele da cidade. "Era gente trabalhadora, família simples", murmura uma senhora na beira do cais, enxugando lágrimas com a ponta do lenço.
E agora?
Enquanto isso, as autoridades — que prometem apurar as causas do acidente — enfrentam cobranças. Afinal, quantas tragédias precisam acontecer até que a segurança das embarcações na região vire prioridade? O debate esquenta nas redes sociais e nos botecos à beira-rio.
Por ora, o que resta é o consolo precário dos corpos encontrados. Pelo menos as famílias poderão enterrar seus mortos — pequeno alívio num mar de dor. E o rio, esse velho conhecedor de segredos, segue seu curso indiferente, carregando histórias que nem sempre têm final feliz.
