
O mar nem sempre devolve o que leva. Dessa vez, porém, após dias de buscas exaustivas, os bombeiros finalmente encontraram o que restava da tragédia: o corpo do quarto tripulante do barco que naufragou na última semana em São José do Norte, no litoral do Rio Grande do Sul.
O vento soprava forte naquela tarde — coisa comum por ali, mas que, naquele dia, pareceu carregar um presságio. O barco, que sumiu dos radares na terça-feira (22), virou notícia nacional quando as primeiras buscas começaram. Três corpos já haviam sido resgatados antes, mas o último só apareceu agora, deixando famílias entre o alívio e a dor.
Uma busca contra o tempo
Não foi fácil. As equipes trabalharam contra o relógio e contra as condições do mar, que teimava em não colaborar. Mergulhadores, barcos, até drones foram usados na operação que, vamos combinar, parecia mais uma agulha no palheiro. Mas eles não desistiram.
"A gente sabe que, depois de certo tempo, as chances diminuem", admitiu um dos bombeiros, com aquela voz cansada de quem já viu muita coisa. "Mas enquanto houver esperança..." A frase ficou no ar, como se o resto fosse óbvio demais para ser dito.
O que se sabe sobre o acidente
- O barco afundou na terça-feira (22), por volta das 15h
- As causas ainda estão sob investigação — mas ventos fortes e falhas mecânicas estão no radar
- Todos os quatro tripulantes eram experientes, o que deixa a comunidade ainda mais perplexa
Moradores da região, acostumados com os caprichos do mar, comentam entre si que "quando o mar quer, ele pega". Dessa vez, infelizmente, ele quis.
Enquanto isso, as famílias — essas sim, as verdadeiras vítimas de qualquer tragédia — tentam juntar os cacos. Resta saber se a investigação vai trazer respostas ou só mais perguntas. Porque no fim, sabe como é, o mar nunca conta toda a história.