
Era pra ser simples, né? Abre o app, chama o carro e vai. Mas a realidade no Ceará tá mais parecendo um pesadelo distópico para quem depende de Uber e 99. Do nada, uma corrida que custava R$ 15 salta para R$ 40, R$ 50... um absurto que tá deixando todo mundo de cabelo em pé.
O que está por trás disso? Uma falcatrua digital, tão sorrateira quanto eficiente. Motoristas — ou melhor, alguns motoristas — estão se organizando em grupos de WhatsApp para forçar a alta generalizada das tarifas. O modus operandi é bizarro: em certas áreas, principalmente nos horários de pico, eles simplesmente desligam o aplicativo. Todos ao mesmo tempo.
O Efeito Dominó da Escassez Fajuta
Resultado? O algoritmo dos aplicativos, que é burro e só entende oferta e demanda, entra em parafuso. Com poucos carros online na região, ele interpreta como uma demanda explosiva e, pronto, a tarifa dinâmica dispara até o talo. Aí, magicamente, os mesmos motoristas que sumiram reaparecem para pescar essas corridas superfaturadas. Genial? Só na malandragem.
Quem paga o pato, claro, é o passageiro. "É um desrespeito com o nosso bolso", desabafa um usuário, visivelmente irritado. Outros relatam ter desembolsado até quatro vezes mais pelo mesmo trajeto de sempre. Uma situação que beira o inacreditável.
O Outro Lado da Moeda: Motoristas Honestos também se Ferram
Aqui é onde a coisa fica ainda mais complexa. Não são todos os motoristas que estão nessa maracutaia. Na verdade, a maioria é honesta e acaba sendo prejudicada pela má fama e por toda a desconfiança que esse esquema gera. Eles ficam reféns de uma guerra de preços que não criaram e ainda têm que lidar com a fúria dos passageiros, que naturalmente direcionam a raiva para quem está ao volante.
É um jogo de gato e rato, com todo mundo saindo perdendo — menos os pilantras que idealizaram o golpe.
E as Plataformas? O que Dizem?
A Uber e a 99, como era de se esperar, se defendem. Afirmam, em notas genéricas, que possuem sistemas de monitoramento para detectar e coibir esse tipo de conduta antieconômica. Prometem investigar e punir os envolvidos, mas a pergunta que fica é: será que a tecnologia consegue mesmo acompanhar a criatividade (nefasta) humana?
Enquanto isso, no mundo real, a população do Ceará segue refém. O transporte, que deveria ser uma solução, virou mais um problema no dia a dia. E a sensação de impunidade só aumenta, alimentando a certeza de que, por enquanto, o jogo está sendo ganho pelos espertalhões.