
Uma manhã de sexta-feira que começou como qualquer outra terminou em tragédia na BR-386, trecho que corta São José do Herval. Por volta das 7h30, o que deveria ser apenas mais um dia de trabalho se transformou num cenário de horror — uma colisão frontal entre uma caminhonete e um carro de passeio que ceifou três vidas e deixou outras duas pessoas feridas.
Testemunhas que passavam pelo local relataram uma cena dantesca. Os veículos — uma Saveiro de placas de Ibirubá e um Onix de Soledade — estavam praticamente irreconhecíveis após o impacto. O que restou foi um amálgama de metal retorcido espalhado pela pista, num testemunho mudo da violência da batida.
As vítimas: histórias interrompidas
Do lado da Saveiro, viajavam duas pessoas — ambas sobreviveram, mas com ferimentos. Já no Onix… ah, no Onix a história foi diferente. Três ocupantes, três vidas perdidas. Duas delas já identificadas: Adriano da Rosa, 41 anos, e sua filha, a pequena Heloisa da Rosa, de apenas 11 anos. Imagine só — pai e filha, juntos numa viagem rotineira que terminou da pior maneira possível.
A terceira vítima? Bem, essa ainda é um mistério. Um homem que seguia no mesmo veículo mas que, até o momento, ninguém conseguiu identificar. Leva a gente a pensar: será que alguém está procurando por ele? Alguém sequer sabe que ele partiu?
O resgate: corrida contra o tempo
O Corpo de Bombeiros chegou rápido — mas às vezes rápido não é rápido o suficiente. Eles precisaram usar aquelas ferramentas hidráulicas que a gente vê nos filmes, sabe? Para abrir o ferro retorcido como se fosse lata de sardinha. Uma operação de tirar o fôlego, com profissionais tentando salvar vidas enquanto lidavam com o relógio implacável.
Os feridos foram levados às pressas. Um para o hospital de Soledade, outro para o de Ibirubá. Nada de fatalidades, graças a Deus — mas com certeza carregarão as marcas desse dia, tanto físicas quanto emocionais.
E agora? O que sobrou
A Polícia Rodoviária Federal assumiu o caso, claro. Eles estão tentando reconstruir essa história — entender como dois veículos que deveriam passar um pelo outro acabaram se encontrando de forma tão brutal. Seria ultrapassagem mal calculada? Falha mecânica? Distração? São perguntas que ecoam no vácuo deixado pela tragédia.
Enquanto isso, as famílias choram suas perdas. Adriano e Heloisa — pai e filha que partiram juntos, deixando um vazio impossível de preencher. E um homem sem nome, sem identidade, cuja história terminou numa rodovia sem que ninguém soubesse.
A BR-386 voltou a fluir horas depois, como se nada tivesse acontecido. O tráfego segue, indiferente. Mas para quem passou por ali hoje, a imagem daqueles destroços vai ficar marcada na memória — um lembrete cruel de como a vida pode ser frágil e como tudo pode mudar num piscar de olhos.