
O que começou como uma viagem rotineira terminou em tragédia. Na manhã desta terça-feira (8), por volta das 7h30, a BR-174 virou palco de uma cena que nenhum socorrista gostaria de presenciar.
Um veículo de passeio, um Honda HR-V, simplesmente sumiu na colisão frontal com um caminhão carregado até as bordas com toras de madeira. A força do impacto foi tão absurda que o carro ficou irreconhecível - parecia mais uma lata de sardinha amassada do que um automóvel.
As Vítimas
Dentro do carro estavam o delegado Marcelo Augusto Ribeiro, de 44 anos, e sua esposa, a psicóloga Tatiana Alves de Oliveira Ribeiro, de 43. Ambos moravam em Sinop, mas a fatalidade os pegou a caminho de Cuiabá. A vida deles foi interrompida de forma abrupta, sem chance de despedidas.
Marcelo não era qualquer delegado. Ele estava à frente da Delegacia de Homicídios de Sinop, lidando diariamente com a morte dos outros. Ironia cruel do destino que agora ele se tornasse mais uma estatística trágica.
O Local do Acidente
O trecho da BR-174 onde tudo aconteceu fica no município de Tapurah, quilômetro 702 para ser exato. Uma região que normalmente vê o vai e vem do agronegócio, com caminhões transportando produção. Mas ontem transportou morte.
Testemunhas contam que a cena era dantesca. Madeira espalhada por toda parte, destroços do carro espalhados como confete macabro. Os bombeiros levaram quase uma hora para conseguir retirar os corpos dos veículos - tamanho o emaranhado de metal.
As Consequências
O motorista do caminhão, um homem de 56 anos, sobreviveu. Mas com ferimentos que vão além dos físicos. Ele foi levado para o Hospital Municipal de Tapurah, onde passa bem, fisicamente falando. Psicologicamente? Só o tempo dirá.
A Polícia Militar isolou o local por horas. O trânsito ficou completamente paralisado em ambos os sentidos, formando uma fila quilométrica de caminhões e carros. Uma cena comum nas estradas brasileiras, infelizmente.
O Que Resta
Enquanto isso, em Sinop, colegas de Marcelo se reúnem em choque. Ele era respeitado, conhecido por seu trabalho incansável. Tatiana deixava pacientes e uma família devastada.
O IML de Lucas do Rio Verde ficou responsável pelos corpos. A perícia vai tentar reconstituir os momentos finais dessa tragédia. Mas algumas perguntas talvez nunca tenham resposta.
Mais uma família destruída nas estradas brasileiras. Mais dois nomes que viram estatística. E a BR-174 segue seu curso, testemunha silenciosa de mais um capítulo trágico em suas faixas de asfalto.