
Imagine acordar cedinho, com aquele sol baiano começando a esquentar, colocar o fone de ouvido e sair para correr na orla. Era assim toda manhã para esse jovem de 22 anos – até que tudo mudou em questão de segundos.
Há dez dias, por volta das 6h da manhã, o que deveria ser mais um treino rotineiro se transformou num pesadelo. Testemunhas contam que um carro, em velocidade considerável, simplesmente não viu o atleta. O impacto foi violento, daqueles que deixam marcas permanentes.
O socorro chegou rápido, graças a Deus. O Samu fez o que pôde no local e levou o jovem em estado gravíssimo para o Hospital Geral do Estado (HGE). Direto para a UTI, onde ficou lutando entre a vida e a morte.
Uma longa batalha nos corredores do hospital
Dez dias. Parece pouco quando a gente fala, mas para a família foram 240 horas de angústia, esperança e medo. Plantados ali, esperando qualquer sinal de melhora.
Os médicos não davam muita certeza – esses casos são sempre imprevisíveis. Traumatismo craniano, fraturas múltiplas... cada hora era uma vitória, cada exame uma nova expectativa.
E então, finalmente, a notícia que todos esperavam: ele foi transferido da UTI! Ainda está no hospital, claro, mas agora está num leito comum. Ainda precisa de cuidados, mas respira por conta própria e já reconhece os familiares.
E o motorista? Sumiu!
Aqui é que a coisa fica ainda mais revoltante. Segundo a polícia, o condutor do veículo fugiu do local sem prestar socorro. Sim, você leu direito: deixou um jovem jogado na rua e foi embora como se nada tivesse acontecido.
A Delegacia de Acidentes de Trânsito (Dat) abriu investigação e está atrás do responsável. Testemunhas deram algumas pistas sobre o carro, mas até agora ninguém foi identificado.
É daquelas situações que fazem a gente perder a fé na humanidade. Como alguém pode fazer isso e dormir em paz?
O recado que fica
Salvador tem uma orla linda, mas perigosa para quem gosta de correr ou pedalar. Muitos motoristas parecem tratar a via como se fosse pista de corrida – esquecem que estão dividindo o espaço com pessoas.
Esse caso deveria servir de alerta para todos: tanto para os condutores, que precisam redobrar a atenção, quanto para os pedestres e atletas, que devem usar roupas claras e equipamentos refletores, especialmente de madrugada ou ao entardecer.
O jovem sobreviveu, mas sua vida nunca mais será a mesma. E a família agora enfrenta não só a recuperação física dele, mas também as sequelas emocionais de todo esse trauma.
Torcemos para que ele se recupere completamente – e que justiça seja feita.