
Não é de hoje que o bolso dos baianos sofre com o preço das passagens — mas agora, a galera resolveu botar a boca no trombone. Nesta semana, um grupo de estudantes da UFBA e de outras universidades ocupou as ruas do centro de Salvador com um recado claro: "Transporte não é privilégio, é direito!".
Segundo Maria Clara Santos, 22, líder do movimento, "a gente paga quase R$ 5 por uma passagem que mal chega no horário, enquanto o salário mínimo não dá nem pro cheiro". A conta, de fato, não fecha. Com a inflação dos últimos anos, o transporte já consome até 30% da renda de quem depende do busão no dia a dia.
E o que dizem os números?
Um levantamento feito pelos próprios alunos mostra que:
- 72% dos universitários já deixaram de comer para pagar passagem
- 1 em cada 3 já perdeu aula por falta de dinheiro
- O gasto mensal com transporte supera o valor da mensalidade em cursos gratuitos
Não à toa, a pauta ganhou força depois que cidades como Recife e Fortaleza começaram a discutir modelos de gratuidade. "Por que aqui tem que ser diferente?", questiona João Pedro, estudante de Direito que organiza panfletagens no Pelourinho.
Do outro lado da moeda
A prefeitura, claro, torce o nariz. Em nota, o secretário de Mobilidade alegou que "a tarifa zero exigiria um rombo de R$ 1,2 bilhão por ano" — dinheiro que, segundo ele, teria que sair de outros serviços essenciais. Mas os manifestantes rebatem: "Cadê a criatividade?", provocam, citando exemplos de financiamento alternativo como taxação de grandes fortunas e revisão de subsídios às empresas.
Enquanto isso, nas redes sociais, o debate esquenta. De um lado, moradores reclamam que "nem ônibus decente temos, quanto mais de graça". Do outro, especialistas lembram que cidades que investiram em transporte gratuito viram aumento no comércio local e redução de acidentes. E você, o que acha? Tarifa zero em Salvador: sonho possível ou utopia distante?