
Não era para ser um dia como qualquer outro na pacata região entre Bariri e Bocaina, no interior de São Paulo. Por volta das 10h da manhã deste sábado (26), o silêncio bucólico foi quebrado por um estrondo ensurdecedor — um ultraleve despencou do céu como um pássaro ferido, deixando um rastro de destruição e duas vidas perdidas para sempre.
Segundo testemunhas (que preferiram não se identificar, ainda sob o choque do acontecido), a aeronave simplesmente "desmontou no ar" antes de cair num pasto próximo à rodovia. Um fazendeiro da região, dono de um sotaque carregado típico do interior, contou que ouviu "um barulho de motor engasgando, três vezes, até o silêncio mortal".
O que se sabe até agora:
- As vítimas — um homem de 54 anos e uma mulher de 47 — estavam a bordo do ultraleve modelo TTL-2000, segundo o registro da ANAC
- O Corpo de Bombeiros chegou em 22 minutos, mas já era tarde demais (a queda foi, nas palavras de um socorrista, "catastrófica")
- O local do acidente, de difícil acesso, complicou os trabalhos de resgate
E aqui vem o detalhe mais intrigante: moradores relatam que o tempo estava "limpo como vidro" na hora do acidente. Nenhuma turbulência, nenhuma nuvem no horizonte — o que levanta mais perguntas do que respostas. Seria falha mecânica? Erro humano? Ou um daqueles mistérios que só a perícia técnica poderá desvendar?
Enquanto isso, no bar do Zé da Esquina — ponto de encontro local —, o assunto dominou as conversas. "Dizem que era um casal de empresários de Bauru", comentava uma senhora entre um gole de café e outro. "Tão novo, tão cheio de vida...", completou outro frequentador, balançando a cabeça.
E agora?
A Polícia Civil já abriu inquérito, é claro. O IML removeu os corpos para autópsia (que deve acontecer ainda esta semana), enquanto a ANAC prometeu um relatório "minucioso, mas que pode levar meses". Enquanto isso, nas redes sociais, amigos das vítimas já começam a postar homenagens — fotos de viagens, jantares, momentos que agora ganham um peso doloroso.
No fim das contas, resta aquela pergunta que ninguém quer fazer em voz alta: como algo tão rotineiro — um passeio de fim de semana — pode terminar em tragédia? A vida, às vezes, parece mesmo uma roleta russa disfarçada de normalidade.