
Quase duzentos reais. É isso mesmo que você leu. Esse é o valor que pode sair do seu bolso por uma coisinha boba, quase um reflexo – ou a falta dele. A famigerada multa por não usar a seta. Aquele clique mínimo que muita gente ignora como se não fosse nada demais.
Mas é demais. E como é.
O artigo 35 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) não brinca em serviço. Ele é bem claro: antes de qualquer manobra – seja uma ultrapassagem, uma conversa, seja só mudar de faixa – o condutor deve indicar sua intenção com a seta luminosa do veículo. Simples assim. E quem descumpre? Leva 4 pontos na CNH e aquela multa de R$ 195,23 que dói no orçamento do mês.
O preço real vai muito além da carteira
Olha, dinheiro a gente até recupera. O problema maior, o verdadeiro custo, é outro. É aquele susto. Aquele quase-acidente que faz o coração sair pela boca. A batida que poderia ter sido evitada com um simples e educado pisca-pisca.
Imagine a cena: você está naquela avenida movimentada, o trânsito flui. De repente, o carro da frente, sem avisar absolutamente nada, simplesmente joga para a sua faixa. Você pisa no freio, o cara de trás quase te alcança… é um efeito dominó de susto e perigo. Agora multiplique isso por milhares de ruas, todos os dias. É de arrepiar.
Especialistas em trânsito são unânimes: a falta de sinalização é um dos comportamentos mais perigosos e egoístas ao volante. É como conversar com alguém sem olhar nos olhos – você deixa todo mundo às cegas, sem saber qual será seu próximo passo.
Por que a gente simplesmente esquece?
Preguiça? Pressa? Achismo de que «já sei que não tem ninguém»? Talvez um pouquinho de cada coisa. Criou-se uma cultura, especialmente nas grandes cidades, de que sinalizar é opcional. Um luxo para quem não está com pressa. Um mero detalhe.
Que nada. É o contrário. É a base da direção defensiva. É a gentileza que, no trânsito, se traduz em segurança pura. É você avisando: «Ei, vou entrar aí, viu?». É básico. É civilizado.
E não adianta dizer que o retrovisor está vazio. O espelho tem ponto cego, a atenção falha. A seta é a sua comunicação não verbal com os outros motoristas, ciclistas, motociclistas… com todo mundo que divide o asfalto com você.
Além da multa: uma questão de consciência
O debate, no fim das contas, não é sobre não levar uma multa. É sobre não causar um acidente. É sobre chegar em casa são e salvo. E fazer com que os outros cheguem também.
Usar a seta deveria ser automático, um reflexo condicionado, tão natural quanto colocar o cinto de segurança. Virou hábito? Ainda bem. Se não virou, tá na hora de criar. A sua vida e seu bolso agradecem.
Da próxima vez que for fazer uma manobra, lembre-se: seu dedo no comando da seta pode ser a diferença entre um dia normal e um dia para nunca mais esquecer – no pior sentido possível. Pense nisso.