
Salvador ainda não se recuperou do susto. Na última quarta-feira (30), um bebê de apenas 1 ano foi atropelado por um carro no bairro de Pau da Lima — e o motorista, pasmem, já está solto. A cena daria um bom roteiro de filme de terror, mas infelizmente é a pura realidade.
Segundo testemunhas, o menino brincava na calçada quando o veículo, num desses arranques que mais parecem de videogame, subiu no meio-fio e o atingiu. "Foi tudo muito rápido", conta Dona Maria, vizinha do local, ainda com a voz embargada. "A gente só ouviu o barulho e o choro da criança."
E a justiça?
Pois é. O condutor foi detido, mas não ficou nem 24 horas atrás das grades. Pagou uma fiança de R$ 5 mil e... até logo! A Defensoria Pública alega que não havia "dolo" — mas será que precisamos de intenção para exigir responsabilidade?
O delegado responsável pelo caso, em off, soltou uma pérola: "Infelizmente, acidentes acontecem". Como se fosse algo banal, tipo derramar café na camisa. Enquanto isso, a família do bebê — que felizmente sobreviveu com ferimentos leves — fica com a conta emocional.
O que diz a lei
- O Código de Trânsito prevê detenção de 2 a 4 anos por lesão corporal culposa
- A fiança é permitida quando não há risco à investigação
- O motorista terá que responder processo em liberdade
Nas redes sociais, o caso virou polêmica. "Isso é Brasil", escreveu um usuário. Outro foi mais direto: "Se fosse pobre..." — e deixou a frase no ar, porque todo mundo entendeu.
Enquanto o processo anda (ou não anda) na Justiça, Salvador segue com uma pergunta no ar: quantas vidas valem menos que R$ 5 mil na nossa sociedade?