
Uma tarde comum no interior sergipano se transformou em cena de horror nesta terça-feira. O que começou como mais um dia de trabalho e deslocamentos rotineiros terminou em tragédia nas estradas de Riachão do Dantas.
Por volta das 15h30, o silêncio bucólico do interior foi quebrado pelo estrondo metálico de duas motocicletas colidindo. Testemunhas contam que o barulho ecoou por boa parte da região — um som seco, quase surreal, que anunciava que nada mais seria como antes.
O socorro que chegou tarde demais
O Corpo de Bombeiros não mediu esforços. Ao receberem o chamado de emergência, as equipes correram para o local, mas o que encontraram foi desolador. Dois homens, ainda não identificados oficialmente, já estavam sem vida quando o socorro profissional chegou.
Imagino o desespero de quem presenciou a cena. Deve ter sido daquelas situações onde o tempo parece congelar e a realidade simplesmente não faz sentido. Dois condutores, provavelmente conhecidos na pequena cidade, seguindo seus caminhos — talvez voltando do trabalho, indo resolver algum assunto familiar — quando tudo acabou de forma tão abrupta.
As investigações começam
A Polícia Militar assumiu o controle da situação rapidamente. Isolaram a área, desviaram o tráfego — que naquela hora já começava a ficar mais movimentado — e iniciaram os procedimentos de praxe.
O que teria causado a colisão? Excesso de velocidade? Alguma distração momentânea? Má condição da pista? São perguntas que agora ecoam na cabeça dos investigadores e, principalmente, das famílias enlutadas.
É curioso — e tristemente irônico — como um segundo de desatenção pode custar uma vida inteira. Nas estradas do interior, onde o movimento é menor, às vezes a sensação de segurança nos leva a baixar a guarda. E é justamente aí que mora o perigo.
Um alerta que se repete
Essa não é a primeira vez que Riachão do Dantas presencia cenas como essas. Longe disso. E provavelmente não será a última, a menos que algo mude de verdade.
Penso nas famílias que receberam a notícia mais dolorosa que alguém pode receber. Pessoas que acordaram pela manhã com planos, sonhos, preocupações cotidianas, e agora têm que enfrentar um vazio que nunca imaginavam.
Enquanto isso, as motos — outrora símbolos de liberdade e praticidade — jazem destruídas na beira da estrada, testemunhas mudas de um final que ninguém merecia.
O IML já foi acionado para remover os corpos. Os procedimentos legais seguem seu curso. Mas para as famílias envolvidas, o curso normal da vida parou de repente.
Mais uma vez, fica o questionamento: até quando vamos tratar acidentes como fatalidades inevitáveis, em vez de problemas que podemos — e devemos — prevenir?