
Imagine a cena: uma tarde comum no interior baiano, o sol quase se pondo, quando de repente — tum! — o barulho seco de metal contra o chão corta o ar. Foi assim, num piscar de olhos, que a rotina virou caos numa estrada de terra próxima a Jequié.
Duas crianças, uma de 8 e outra de 10 anos, estavam na garupa da moto conduzida por um adulto (que, diga-se de passagem, nem deveria estar levando menores assim) quando perderam o controle. Segundo testemunhas, o veículo capotou após atingir um buraco disfarçado de "mero relevo" na pista — desses que a prefeitura insiste em não ver.
O que aconteceu depois?
A sorte é que moradores próximos ouviram os gritos. Correram para o local e encontraram:
- A menina mais nova com escoriações graves nos braços
- O garoto com possível fratura no tornozelo
- O condutor, ileso fisicamente, mas visivelmente abalado
O SAMU chegou rápido — coisa rura em região afastada — e levou os feridos para o hospital municipal. Lá, os médicos confirmaram: nada de risco vital, mas a pequena vai precisar de curativos diários por um tempo. E o pior? Ninguém estava usando capacete. De novo.
O que dizem as autoridades
O delegado plantonista, em entrevista rápida, soltou aquele jargão de sempre: "Vamos apurar as circunstâncias". Enquanto isso, o Conselho Tutelar já foi acionado — porque, convenhamos, colocar criança em moto assim é no mínimo questionável.
E os pais? Estão arrasados, como era de se esperar. A mãe das crianças, entre lágrimas, disse que "confiou no vizinho pra levar os filhos pra casa após o futebol". Acontece que confiança não substitui segurança, não é mesmo?
Enquanto isso, na estrada, o tal buraco continua lá. Esperando a próxima vítima. Porque no Brasil, como sabemos, é sempre assim: primeiro o acidente, depois — quem sabe — a solução.