Era para ser mais um domingo comum no interior piauense, mas o que aconteceu na PI-130, entre os municípios de Pimenteiras e Santa Cruz do Piauí, transformou o dia 5 de outubro de 2025 em uma data marcada pela tragédia. Um casal — ele com 22, ela com 21 anos — perdeu a vida de maneira brutal e, digamos, completamente evitável.
O cenário era quase previsível, se pensarmos na realidade das estradas do Nordeste: um cavaro, desses grandes e pesados, solto como se estivesse pastando num campo aberto. Só que não — estava ali, bem no meio da pista, desafiando a sorte e a física.
O choque que poderia ter sido evitado
A moto seguia seu curso, talvez com o vento batendo no rosto do casal, quando de repente... O animal apareceu como uma sombra no caminho. A colisão foi violenta — daquelas que não dão chance. O cavalo, coitado, também não resistiu e morreu no local.
Testemunhas contaram que tudo aconteceu rápido demais. "Não deu tempo de fazer nada", disse um morador da região, ainda abalado. E cá entre nós, quantas vezes já não vimos essa cena se repetir por essas estradas afora?
As vidas interrompidas
Ele tinha apenas 22 anos. Ela, 21. Dois jovens cheios de planos, sonhos, histórias por viver — tudo ceifado num piscar de olhos. Os corpos foram levados para o Instituto Médico Legal de Valença, onde parentes e amigos aguardavam, incrédulos, a confirmação do pior.
O que mais dói nesses casos — e eu já vi muitos ao longo dos anos — é saber que se houvesse um cercado adequado, uma cerca mais resistente, uma vigilância maior dos proprietários de animais... Talvez estivéssemos contando outra história hoje.
Um problema crônico das estradas brasileiras
Não é a primeira vez — e infelizmente não será a última — que animais soltos causam tragédias assim. As estradas do interior, especialmente no Nordeste, vivem essa realidade constante. E o pior: todo mundo sabe, todo mundo vê, mas as soluções parecem sempre distantes.
A Polícia Rodoviária Federal já registrou inúmeros casos similares só neste ano. E a pergunta que fica é: até quando vamos conviver com esse risco iminente nas nossas estradas?
Os corpos do casal foram liberados para sepultamento, mas a dor da família e a lembrança desse domingo fatal ficarão. Enquanto isso, nas estradas do Piauí e do Brasil, outros cavalos, bois, vacas continuam pastando às margens — e muitas vezes no meio — das rodovias.
Uma tragédia anunciada que, desta vez, levou duas jovens vidas. E nos faz pensar: quantas mais serão necessárias para que algo mude?
