Blitz educativa em Santarém chama atenção para segurança do pedestre no Dia Internacional
Blitz educativa marca Dia do Pedestre em Santarém

Numa manhã que começou com o sol a pino — daquelas que faz a gente pensar duas vezes antes de sair de casa —, Santarém viveu uma cena diferente no centro. Não era protesto, nem feira. Era gente de colete refletivo parando carros e pedestres, mas não para multar. Para educar.

Pois é, no Dia Internacional do Pedestre (9 de agosto), a Prefeitura decidiu botar a boca no trombone — literalmente. Usando megafones, agentes distribuíram panfletos e deram dicas que muita gente acha que sabe, mas vive esquecendo:

  • Motorista, para completamente na faixa. Não adianta aquela reduzida pra inglês ver.
  • Pedestre, olha pros dois lados mesmo com sinal fechado. Celular no bolso, hein?
  • Motociclista, seta não é enfeite. E capacete só funciona na cabeça, não no braço.

O secretário de Trânsito, que tava lá no meio da bagunça, soltou uma frase que dá o que pensar: "Educação no trânsito é igual escova de dentes — tem que usar todo dia". E não é que ele tem razão?

Números que assustam

Enquanto um senhor de bicicleta ouvia atento as instruções — meio desconfiado, diga-se —, os agentes lembravam que só este ano, 37 pedestres já se envolveram em acidentes na região. Três não sobreviveram. Dá um frio na barriga, né?

Mas calma, que a notícia não é só tristeza. A blitz faz parte de um projeto maior que já reduziu em 15% os atropelamentos desde janeiro. Funciona, mas precisa continuar — como aquele remédio que a gente detesta tomar, mas faz bem.

E o povo, o que achou?

Dona Maria, 62 anos, vendedora ambulante: "Tá certo isso aí. Ontem mesmo quase fui atropelada na esquina do mercado. O moço do carro tava mais preocupado com o celular do que com a rua".

Já o motoboy João Carlos, 28, ficou meio irritado no começo: "Tô atrasado pra entrega!". Mas depois que ouviu as estatísticas, baixou a bola: "É, às vezes a gente exagera mesmo...".

No final, até turista alemão — que não falava português direito — entrou na dança. Com gestos e sorrisos, levou seu panfleto em três idiomas. Prova de que segurança no trânsito é um assunto que ultrapassa fronteiras.