Estudantes criam cimento com casca de laranja no Paraná
Cimento com casca de laranja desenvolvido no PR

Um grupo de estudantes de um colégio cívico-militar em Campo Mourão, na região centro-oeste do Paraná, desenvolveu uma solução inovadora para a construção civil: utilizar cascas de laranja descartadas como substituto da cal na produção de tijolos.

Benefícios ambientais e econômicos

O projeto apresenta vantagens tanto para o meio ambiente quanto para o bolso dos consumidores. Felipe Nascimento Américo, um dos estudantes envolvidos, explica que "a casca da laranja substitui o cal e quando descartada de forma ilegal, ela polui o solo, libera gás metano e contribui para o efeito estufa".

Do ponto de vista econômico, Vinícius da Silva Reis destaca que "a cal está cada vez mais cara e não é um recurso infinito. Já a casca de laranja pode ser plantada e reaproveitada".

Processo de produção simples e eficaz

O método desenvolvido pelos jovens é acessível e pode ser reproduzido em escala:

  • As cascas são deixadas de molho no álcool
  • Em seguida, são lavadas com água
  • Passam por secagem ao sol
  • São trituradas no liquidificador
  • O pó resultante é misturado ao cimento convencional

Emanuel Henrique Smanioto da Cruz revela que "fizemos vários testes e calculamos entre 2% e 4% de pó de laranja na massa, conseguindo bons resultados".

Reconhecimento e próximos passos

A invenção já recebeu destaque em competição estadual de tecnologia, sendo reconhecida como o projeto mais inovador entre escolas de todo o Paraná. Segundo Juliana Nunes, coordenadora do curso técnico em Desenvolvimento de Sistemas, "a participação foi custeada pelo Estado e os alunos ainda ganharam uma mentoria".

O próximo passo importante será a submissão do material a testes na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) para validar seu desempenho técnico.

Os estudantes esperam que sua criação inspire futuras gerações de engenheiros e construtores, oferecendo uma alternativa mais sustentável para a construção civil. Como finaliza Felipe: "Esperamos atingir as gerações futuras e reduzir o impacto ambiental. Quem vem depois ainda não pode lutar, né?"