Prisão de Bolsonaro gera 45,5 milhões de interações nas redes sociais
Prisão de Bolsonaro: 45,5 mi de interações em redes

A prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro desencadeou uma tempestade nas redes sociais, alcançando a marca impressionante de 45,5 milhões de interações nas cinco principais plataformas digitais. Esse fenômeno de engajamento massivo foi impulsionado principalmente pela divulgação das imagens que mostravam a tentativa de violação da tornozeleira eletrônica pelo ex-mandatário.

O Estudo e os Números da Mobilização Digital

Um levantamento minucioso realizado pelo Instituto Democracia em Xeque monitorou a repercussão do caso entre os dias 21 e 24 de novembro. Os dados mostram que, até a véspera da prisão, Bolsonaro era mencionado cerca de 256 mil vezes. No entanto, após a ordem de prisão preventiva expedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, no sábado, 22, o volume explodiu, atingindo picos de mais de 136.000 menções por hora ao nome do ex-capitão.

O estudo detalha que, nesse período, o nome Jair Bolsonaro foi citado por mais de 3,3 milhões de perfis únicos. Desse total de 45,5 milhões de interações, que se distribuíram por Instagram, X (antigo Twitter), Facebook, Youtube e TikTok, um número significativo de 11,9 milhões estava diretamente ligado à questão da tornozeleira eletrônica.

O Fato Decisivo: A Tentativa de Violar a Tornozeleira

O momento decisivo que serviu como justificativa legal para a prisão e que também alterou o equilíbrio narrativo nas redes foi a tentativa de violação do dispositivo eletrônico. Bolsonaro cumpria prisão domiciliar em sua casa, em Brasília, quando o incidente ocorreu. Com base nisso, o ministro Alexandre de Moraes determinou a sua prisão preventiva.

Posteriormente, o ex-presidente foi transferido para a sede da Superintendência da Polícia Federal (PF), onde iniciou o cumprimento da pena de 27 anos de prisão definitiva. A condenação, que já transitou em julgado no STF, foi por tentativa de golpe de Estado.

Impacto no Embate Político nas Redes Sociais

O levantamento do Instituto Democracia em Xeque apontou uma consequência importante no campo da disputa ideológica online. A divulgação do vídeo mostrando a tornozeleira danificada prejudicou sensivelmente o engajamento da direita, que até então dominava amplamente a narrativa sobre o caso.

Alexsander Chiodi, coordenador do estudo, explicou o fenômeno: “Com o vídeo, a direita não conseguiu sustentar a narrativa de martírio do ex-presidente, enquanto a esquerda conseguiu neutralizar a versão de que a prisão teria sido motivada por perseguição política e religiosa.”

Esse episódio específico equilibrou a disputa de versões, que antes era majoritariamente controlada pelos apoiadores de Bolsonaro, mostrando como um fato concreto pode alterar radicalmente a percepção pública e o debate nas plataformas digitais.