PL mina estratégia de Tarcísio com anistia a Bolsonaro após prisão
PL sabota estratégia eleitoral de Tarcísio com anistia

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, enfrenta um revés significativo em sua estratégia eleitoral para 2026 após o Partido Liberal (PL) retornar à defesa intransigente da anistia irrestrita a Jair Bolsonaro. O movimento ocorre logo após o ex-presidente começar a cumprir pena definitiva na sala do Estado Maior da Polícia Federal em Brasília.

Projeto alternativo em risco

Tarcísio dedicava-se intensamente à revisão da dosimetria das penas aplicadas aos condenados pelos eventos de 8 de Janeiro de 2023. A iniciativa era vista como uma jogada estratégica para as eleições presidenciais, buscando um caminho que não o afastasse completamente dos bolsonaristas enquanto tentava angariar apoio do Centrão.

No entanto, o cenário mudou radicalmente depois que Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL, reagiu às decisões do ministro Alexandre de Moraes descartando o projeto alternativo à anistia. A proposta de anistia completa é considerada inviável tanto no Senado Federal quanto perante o Supremo Tribunal Federal.

Resistência interna no PL

O líder do Partido Liberal na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), já trabalhava ativamente contra a proposta da dosimetria. A posição da cúpula partidária criou um impasse político que deixou Tarcísio em situação delicada, uma vez que o PL é uma peça fundamental em sua base de apoio.

Aliados do governador paulista admitem que ele ficou sem muita esperança no sucesso de uma candidatura ao Planalto diante dos movimentos do partido de Bolsonaro. A situação levanta questionamentos entre sua equipe sobre a viabilidade de abandonar uma reeleição considerada "tranquila" em São Paulo para entrar numa disputa presidencial onde os próprios aliados promovem sabotagem política.

Consequências para 2026

O impasse coloca em xeque todo o planejamento eleitoral de Tarcísio de Freitas. A estratégia da dosimetria representava uma tentativa de navegar entre as águas turbulentas da política brasileira, equilibrando as demandas da base bolsonarista com a necessidade de ampliar seu apelo eleitoral.

Com a prisão definitiva de Bolsonaro começando a ser cumprida e o PL fechando questão pela anistia total, o espaço para manobra do governador diminuiu consideravelmente. A data de 29 de novembro de 2025 marca um ponto de inflexão nesta disputa, que deve definir os rumos da sucessão presidencial.

Interlocutores próximos a Tarcísio resumem o dilema com uma pergunta crucial: vale a pena largar uma reeleição garantida em São Paulo para entrar numa batalha onde os próprios aliados minam sua estratégia política? A resposta a esta questão pode determinar não apenas o futuro do governador, mas todo o tabuleiro eleitoral de 2026.