O Ministério Público de Alagoas (MP-AL) entrou em campo contra a Agremiação Sportiva Arapiraquense (ASA) em uma disputa que vai muito além das quatro linhas. Em uma ação civil pública, o MP alega que o time está descumprindo o Estatuto do Torcedor ao exibir propagandas consideradas inadequadas em seus uniformes oficiais.
Publicidade questionável
No centro da polêmica estão duas marcas patrocinadoras: um cassino online e um site de conteúdo adulto. De acordo com o MP-AL, essas propagandas violam claramente a legislação que protege os torcedores, especialmente considerando a diversidade de público que acompanha o futebol.
"Estamos falando de propagandas que não são apropriadas para um ambiente esportivo familiar", explicou o promotor de Justiça Fábio Valença, que assina a ação. "Crianças e adolescentes acompanham os jogos e não deveriam ser expostos a esse tipo de conteúdo."
O que pede o Ministério Público
A ação judicial apresenta demandas específicas que podem mudar completamente a aparência dos uniformes do ASA:
- Suspensão imediata das propagandas consideradas irregulares
- Aplicação de multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento
- Retirada completa das marcas dos uniformes atuais
- Proibição de novas contratações com empresas do mesmo segmento
Impacto no futebol alagoano
O caso tem potencial para estabelecer um precedente importante no futebol brasileiro. Muitos times, especialmente das divisões inferiores, dependem financeiramente de patrocínios variados para manter suas atividades.
"Precisamos encontrar um equilíbrio entre a necessidade de recursos e a responsabilidade social que todo clube de futebol carrega", ponderou o promotor.
O ASA, tradicional time de Alagoas conhecido como "O Mais Querido do Nordeste", ainda não se pronunciou oficialmente sobre a ação. A torcida aguarda ansiosamente os desdobramentos desse embate entre o poder público e a administração do clube.
Enquanto isso, a Justiça de Alagoas analisa o caso que pode redefinir as regras do jogo quando o assunto é publicidade no futebol.