Flávio Bolsonaro admite desistir da Presidência: 'Tenho preço para negociar'
Flávio Bolsonaro pode desistir da corrida presidencial

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) participou de seu primeiro ato público após anunciar a pré-candidatura à Presidência da República e fez uma declaração que surpreendeu a todos. Durante conversa com jornalistas, ele admitiu que existe a possibilidade de não seguir até o fim da corrida eleitoral de 2026 e que estaria disposto a negociar sua saída.

"Tenho preço para não ir até o fim", afirma senador

As palavras do parlamentar foram diretas e causaram impacto no cenário político. "Tem uma possibilidade de eu não ir até o fim. Eu tenho preço para isso. Eu vou negociar. Eu tenho preço para não ir até o fim", afirmou Flávio Bolsonaro. Questionado pelos repórteres se esse "preço" estaria relacionado à votação de um projeto de anistia no Congresso, o senador respondeu de forma enigmática: "Está quente, está perto".

As declarações ocorrem em um momento delicado para a sua campanha. Dias antes, o Instituto Datafolha divulgou uma pesquisa que mede a preferência do eleitorado bolsonarista para 2026. Os números não foram animadores para o filho do ex-presidente.

Pesquisa Datafolha mostra preferência por Michelle e Tarcísio

De acordo com o levantamento, apenas 8% dos entrevistados consideram Flávio Bolsonaro como o candidato que Jair Bolsonaro deveria apoiar na próxima eleição presidencial. Os nomes que lideram a preferência dentro do grupo são outros:

  • Michelle Bolsonaro: 22%
  • Governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP): 20%

O resultado evidencia os desafios que o senador enfrenta para consolidar sua candidatura e unificar o apoio do eleitorado que foi fiel ao pai.

Decisão familiar e foco em alianças

O ato público que marcou o início da campanha foi um culto realizado em Brasília. Após o evento, Flávio Bolsonaro reafirmou que a decisão de se lançar candidato foi tomada após conversas com Jair Bolsonaro, que atualmente está preso. Segundo o senador, ele aguardava o momento em que o ex-presidente se sentiria "confortável" para autorizar o anúncio oficial.

Ele revelou ainda que o pai já o sondava "há bastante tempo" sobre a possibilidade de disputar a Presidência, analisando o cenário político atual e as dificuldades enfrentadas pelo grupo político. A decisão final, contudo, só foi tomada após uma reunião familiar realizada na última semana, onde foram discutidos os rumos políticos e o momento considerado mais adequado para tornar pública a candidatura.

Com o anúncio feito, o foco agora, segundo Flávio Bolsonaro, é em ampliar alianças, reunir apoiadores e iniciar a construção do projeto de governo que pretende apresentar aos eleitores. No entanto, a sombra da possível desistência, agora publicamente admitida, paira sobre esses planos iniciais.

O que esperar do cenário político?

A admissão de que há um "preço" para desistir da disputa abre um leque de interpretações e especulações no meio político. Analistas avaliam que a declaração pode ser uma estratégia para:

  1. Aumentar seu poder de barganha dentro do próprio partido e com aliados.
  2. Sondar o terreno para um possível apoio a outro nome da família ou do grupo, como Michelle Bolsonaro ou Tarcísio de Freitas, em troca de vantagens políticas.
  3. Testar a reação do eleitorado e da mídia a uma candidatura que, pelos números atuais, enfrenta sérias dificuldades.

O desenrolar dessa história promete movimentar o tabuleiro político dos próximos meses, especialmente com a menção à anistia, um tema sensível e de grande interesse para o núcleo bolsonarista. A corrida presidencial de 2026 já começou, mas para Flávio Bolsonaro, a linha de chegada parece, por ora, condicional.