Uma nova pesquisa de intenção de voto para as eleições presidenciais trouxe um cenário que está sendo analisado com atenção pelos principais atores políticos. Divulgada na terça-feira, 16 de dezembro de 2025, pelo instituto Quaest, a sondagem testou o nome do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) após o anúncio de sua pré-candidatura e revelou um crescimento significativo do parlamentar no eleitorado de direita.
Os números da pesquisa e a liderança na direita
Os resultados colocam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na liderança geral do primeiro turno, com 41% das intenções de voto. O dado que mais chamou a atenção, no entanto, foi a performance de Flávio Bolsonaro. O senador aparece como o principal nome da direita, alcançando 23% das preferências.
Esse percentual o coloca à frente de outros potenciais candidatos do espectro político, incluindo o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que registrou 10% na mesma pesquisa. O desempenho surpreendeu até aliados próximos ao bolsonarismo, que agora enxergam um potencial expressivo de crescimento do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro ao longo da campanha.
A visão estratégica do PT sobre o cenário
Internamente, integrantes do Partido dos Trabalhadores avaliam os números com otimismo. De acordo com petistas ouvidos, os dados começam a ajudar a "consolidar a candidatura" de Flávio Bolsonaro e a "manter o controle sobre o voto" de uma parcela específica do eleitorado.
Um ponto destacado por um membro da sigla é a percepção de que Flávio "já deixou claro que não vai passar esse poder para o Centrão", referindo-se às negociações com partidos de centro. Para a cúpula petista, o resultado não é considerado ruim. A análise interna aponta que a mesma fortaleza de Flávio é também sua fraqueza: ser filho de Bolsonaro.
Rejeição e o cenário de segundo turno
A pesquisa revela, contudo, um obstáculo considerável para o senador. A taxa de rejeição de Flávio Bolsonaro é muito elevada, atingindo 60% dos entrevistados. Em comparação, o índice de rejeição do governador Tarcísio de Freitas é de 47%.
Essa diferença é vista como um fator crucial em um eventual segundo turno. Analistas ponderam que, enquanto Flávio mobiliza a base mais radicalizada, Tarcísio teria a capacidade de atrair um eleitorado mais moderado em uma disputa direta contra Lula. A pesquisa Quaest, portanto, desenha um panorama complexo, onde a força eleitoral inicial de um candidato pode ser neutralizada por sua alta impopularidade junto ao restante do eleitorado.
A pré-campanha segue com os partidos monitorando as movimentações. O crescimento de Flávio Bolsonaro nas pesquisas iniciais consolida seu nome como uma força dentro da direita, mas também o coloca como um alvo de críticas centralizado, um dado que será fundamental nas estratégias dos adversários nos próximos meses.