
Que o governador Ronaldo Caiado tem feito barulho nas redes sociais, isso é inegável. Mas será que todo esse burburinho digital se traduz em apoio político de verdade? Uma pesquisa recente joga luz sobre essa questão espinhosa - e os resultados são, no mínimo, curiosos.
O homem conseguiu, sim, uma proeza digna de nota: transformou-se num verdadeiro fenômeno de audiência online. Suas contas explodiram em seguidores, números que fariam qualquer político tradicional babar de inveja. Só que - e sempre existe um 'só que' na política - essa popularidade toda parece ter pés de barro quando olhamos mais de perto.
O Enigma do Engajamento
Eis o paradoxo que tira o sono de qualquer assessor de marketing político: como alguém pode ter tantos seguidores e tão pouca interação real? É como ter um estádio lotado onde ninguém grita gol. As análises mostram que, apesar da multidão virtual, o engajamento nas publicações de Caiado patina num nível bem abaixo do esperado.
Parece que o pessoal segue, mas não necessariamente apoia. Ou pior: seguem só para ficar de olho. Nas entrelinhas dos números, percebe-se que falta aquela conexão emocional que transforma seguidores em defensores ferrenhos.
A Barreira Geracional
Ah, os jovens... Essa turma que nasceu com smartphone na mão representa um desafio e tanto para o governador. A pesquisa escancara o que muitos já desconfiavam: Caiado simplesmente não consegue fisgar o eleitorado mais novo. É como tentar falar uma língua completamente diferente.
Enquanto isso, sua base sólida continua sendo aquela que já o acompanha há tempos - um público mais maduro, conservador, que curte seu estilo direto e sem firulas. Mas o futuro, como sabemos, pertence aos jovens. E essa desconexão pode custar caro lá na frente.
As Duas Faces da Moeda
O interessante é que, nas pesquisas tradicionais de intenção de voto, Caiado se sai relativamente bem. Mas quando o assunto é popularidade genuína? Aí a coisa muda de figura. Ele aparece na terceira colocação entre os governadores, atrás de figuras como Ibaneis e Zema.
Essa disparidade entre performance eleitoral e apelo popular é, digamos, no mínimo intrigante. Será que as pessoas votam nele mais por falta de opção do que por real identificação? A pergunta fica no ar, ecoando nos corredores do poder.
O Desafio do Discurso
Outro ponto crucial: Caiado parece ter dificuldade em transmitir claramente o que realmente fez pelo estado. As pessoas sabem que ele está lá, reconhecem o nome, mas será que conseguem listar suas principais conquistas? A pesquisa sugere que não.
É aquela velha história - de que adianta fazer se ninguém fica sabendo? Ou pior: se as pessoas sabem, mas não conectam as ações ao nome do governador? Um problema de comunicação que pode minar anos de trabalho.
O Que Isso Tudo Significa?
No fim das contas, o caso Caiado ilustra perfeitamente os dilemas da política na era digital. Ter muitos seguidores não significa automaticamente ter apoio político. Fazer um bom governo não garante popularidade. E conquistar os jovens... bem, isso continua sendo o Santo Graal para muitos políticos da velha guarda.
Resta saber se o governador conseguirá adaptar-se aos novos tempos ou se ficará preso numa bolha de seguidores que, no fundo, não se engajam de verdade. O tempo, como sempre, dirá.