
Imagine um porto onde os contêineres praticamente se movem sozinhos, os guindastes operam com precisão milimétrica e a burocracia some como por encanto. Parece ficção científica? Pois essa realidade já existe do outro lado do mundo, e agora pode chegar ao Brasil.
A International Container Terminal Services (ICTSI), uma das maiores operadoras portuárias globais, está mostrando na prática como o 5G transformou suas operações nas Filipinas. E olha só que interessante: eles querem trazer essa revolução tecnológica para o Porto de Santos.
O exemplo que veio de longe
Lá nas Filipinas, a empresa implementou uma rede privada de 5G que deixou todo mundo de queixo caído. Os resultados? Bem, são daqueles que fazem qualquer gestor portuário ficar com água na boca.
Redução drástica no tempo de espera dos navios, operações que fluem como mel e — pasmem — uma economia de custos que chega a fazer diferença no faturamento. A tecnologia permite que equipamentos pesados se comuniquem em tempo real, sem aquela lentidão irritante das redes convencionais.
Santos no radar da inovação
O que me faz pensar: por que o Brasil sempre precisa importar exemplos? Desta vez, pelo menos, a lição vem em boa hora. O leilão do Porto de Santos, marcado para o segundo semestre, está com os holofotes apontados para a modernização.
A ICTSI não está só de conversa fiada. Eles já declararam publicamente que pretendem participar da disputa, e trazem na bagagem essa expertise tecnológica que, convenhamos, falta pra caramba nos nossos portos.
E tem mais — a empresa filipina não quer fazer nada sozinha. Está procurando parceiros locais, mostrando que entende que inovação também se faz com colaboração.
O jogo está apenas começando
Mas calma lá que não é tão simples assim. Outros gigantes globais também estão de olho gordo no Porto de Santos. A China Merchants Port, por exemplo, já sinalizou interesse. E os grupos nacionais? Bem, esses parecem ainda engatinhando na compreensão do que significa operar um porto de classe mundial.
O governo federal, por sua vez, jura de pés juntos que quer transformar Santos em referência tecnológica. Resta saber se as regras do leilão vão realmente favorecer a inovação ou se vamos ficar no mesmo marasmo de sempre.
Uma coisa é certa: o exemplo filipino chegou como um sopro de ar fresco num setor que, convenhamos, precisa urgentemente sair da idade da pedra. Agora é torcer para que os responsáveis pelo leilão tenham a sabedoria de priorizar quem realmente traz tecnologia de ponta, e não apenas promessas vazias.
Porque no fim das contas, quem ganha com portos eficientes somos todos nós — dos exportadores aos consumidores finais. E cá entre nós, já passou da hora do Brasil entrar de vez no século XXI da operação portuária.