
Imagine um jogo de gato e rato onde o gato tem visão noturna, GPS e um banco de dados ilimitado. Foi assim que seis procurados pela justiça — alguns com mandados de prisão em aberto há anos — caíram num piscar de olhos no interior de São Paulo.
O pulo do gato? Um sistema de inteligência artificial que cruzou dados de câmeras, redes sociais e até transações financeiras. Em cinco dias, o que antes parecia agulha no palheiro virou operação relâmpago.
Como a máquina superou humanos na caçada
Enquanto um policial humano pode analisar três ou quatro pistas por dia, o sistema processa milhares de informações simultaneamente. Ele detectou:
- Um foragido que usou o cartão da mãe num posto de gasolina
- Outro que apareceu num vídeo de festa no Instagram
- Até o padrão de deslocamento de um terceiro entre bares da região
"É assustador e fascinante ao mesmo tempo", admite um delegado que pediu anonimato. "Alguns desses caras nos davam trabalho há meses."
O lado B da tecnologia
Não pense que foi só apertar botões. A IA gerou 127 alertas falsos antes de acertar os alvos. Teve até confusão com um sósia que frequentava o mesmo barbeiro que um dos procurados.
Mas quando acertou, foi cirúrgico: todos os seis estavam com documentos falsos, dois tentaram fugir por telhados, e um — pasme — estava morando a três quadras da delegacia.
Será que o futuro da segurança pública está mesmo nos algoritmos? Se depender dos resultados em Itapetininga, a resposta parece clara. Resta saber se outras cidades vão pegar carona nessa inovação ou se vão ficar só no "disque-denúncia" tradicional.