O rover Perseverance da NASA fez uma descoberta extraordinária na superfície marciana: uma rocha que provavelmente se originou fora do planeta vermelho. O objeto, batizado de Phippsaksla, pode ser o primeiro meteorito identificado pela missão em quatro anos de operações em Marte.
Uma rocha que se destaca
Identificado em setembro de 2025, o meteorito chamou imediatamente a atenção dos cientistas por suas características incomuns. Com aproximadamente 80 centímetros de largura, a rocha se destaca visualmente do terreno ao redor na região de Vernodden, nos arredores da cratera Jezero.
"A forma esculpida e a altura acima do solo foram, à primeira vista, os indícios de que ela não se parecia com nada que o robô havia encontrado até agora", explicam os pesquisadores da NASA.
Composição reveladora
Análises preliminares indicam que a rocha possui uma composição rica em ferro e níquel, combinação típica de meteoritos metálicos. Esses materiais se formam quando minerais pesados afundam e se solidificam no interior de corpos celestes durante os primeiros momentos do sistema solar.
Outro detalhe que reforça a hipótese de origem externa é a textura perfurada do material, com cavidades profundas preenchidas por areia escura. Este padrão é comum em meteoritos corroídos pela longa exposição ao ambiente marciano.
Significado científico
A descoberta é particularmente significativa porque a cratera Jezero apresenta traços geológicos semelhantes à cratera Gale, onde o rover Curiosity encontrou vários meteoritos. A ausência de tais achados na área de trabalho do Perseverance intrigava os pesquisadores.
Saber quando e onde meteoritos caíram ajuda os cientistas a entender a dinâmica do planeta e o tipo de eventos que ocorreram ao longo de bilhões de anos. Se confirmada, Phippsaksla pode fornecer pistas valiosas sobre impactos antigos, a trajetória de asteroides próximos e a evolução da superfície marciana.
Próximos passos
A equipe da NASA realizará análises adicionais para confirmar a classificação da rocha, mas os primeiros resultados já são considerados promissores. O Perseverance é o primeiro robô em Marte capaz de perfurar rochas e armazenar amostras em pequenos tubos selados.
Caso a NASA considere a rocha uma prioridade científica, fragmentos de Phippsaksla podem ser incluídos no conjunto de amostras planejado para transporte à Terra em uma missão futura, potencialmente revelando novos segredos sobre a formação do nosso sistema solar.