A NASA divulgou um conjunto extraordinário de imagens do cometa interestelar 3I/ATLAS, capturadas por diversas missões espaciais em operação. Este objeto celeste representa apenas o terceiro visitante interestelar já identificado cruzando nosso sistema solar, tornando esse registro um evento astronômico de rara ocorrência.
Missões espaciais unem forças para registro histórico
As imagens foram obtidas através de uma colaboração sem precedentes entre diferentes sondas e naves espaciais. Satélites PUNCH, o Observatório Solar e Heliosférico SOHO, a missão MAVEN em Marte e até o rover Perseverance contribuíram para este registro histórico. O Perseverance realizou um feito particularmente notável, capturando o cometa diretamente da superfície marciana.
Na maioria dos registros, o cometa aparece como um ponto luminoso no céu, mas em algumas imagens mais recentes já é possível distinguir uma cauda tênue se formando. A diversidade de perspectivas oferece aos cientistas uma visão tridimensional única deste visitante interestelar.
Características e trajetória do visitante interestelar
Os astrônomos detectaram o 3I/ATLAS pela primeira vez através do telescópio ATLAS localizado no Chile. As estimativas atuais indicam que este objeto possui aproximadamente 20 quilômetros de largura e viaja a uma velocidade impressionante de 60 quilômetros por segundo em relação ao Sol.
Segundo a Agência Espacial Europeia, não existe qualquer risco de colisão com a Terra. O ponto de máxima aproximação será de cerca de 240 milhões de quilômetros, equivalente a mais de uma vez e meia a distância entre nosso planeta e o Sol.
Significado científico e próximas observações
Para Amit Shethria, administrador associado da NASA, embora o cometa tenha características similares a outros do nosso sistema solar, sua origem interestelar o torna particularmente intrigante. Tom Statler, cientista-chefe de pequenos corpos do sistema solar, destacou a grandiosidade do feito observacional, lembrando que mesmo as sondas mais próximas ainda estão a dezenas de milhões de quilômetros do objeto.
A expectativa dos astrônomos é que o 3I/ATLAS reapareça no início de dezembro, quando deixará de estar escondido atrás do Sol. Este momento oferecerá uma nova janela de observação, potencialmente revelando mais detalhes à medida que o cometa se aproxima do calor solar.
Como um cometa ativo, ele pode sublimar conforme se aquece, liberando gases e poeira que formam uma coma brilhante e uma cauda mais evidente. Diferentemente dos corpos que se formaram junto com nosso sistema solar, objetos interestelares como o 3I/ATLAS são fragmentos remanescentes de outros sistemas planetários. Eles carregam pistas valiosas sobre a formação de mundos muito além da Terra e ajudam os cientistas a compreender como diferentes regiões da galáxia evoluem.
Este é o terceiro visitante interestelar já registrado, seguindo 1I/Oumuamua, detectado em 2017, e 2I/Borisov, identificado em 2019. Cada novo objeto interestelar descoberto expande nosso conhecimento sobre a diversidade de sistemas planetários em nossa galáxia.