Musgo sobrevive 9 meses no espaço e abre portas para vida extraterrestre
Musgo resiste 9 meses no espaço em experimento da ISS

Um experimento extraordinário realizado no exterior da Estação Espacial Internacional revelou que esporos de musgo conseguiram sobreviver por nove meses às condições mais hostis do espaço. A descoberta, anunciada em 21 de novembro de 2025, representa um avanço significativo para futuras missões de exploração espacial de longa duração.

A resistência extraordinária do musgo espacial

Os pesquisadores selecionaram para o experimento um tipo específico de musgo conhecido por sua capacidade de colonizar ambientes áridos e pobres em nutrientes. Essa planta desenvolve cápsulas naturais chamadas esporângios, que funcionam como escudos protetores para seus esporos. Foi exatamente essa característica que tornou a espécie ideal para testar os limites da vida no espaço.

As amostras foram cuidadosamente instaladas do lado externo da ISS, onde ficaram completamente expostas ao ambiente espacial durante nove meses consecutivos. Nesse período, os esporos enfrentaram condições extremas que incluíam:

  • Vácuo completo do espaço
  • Radiação ultravioleta sem filtro atmosférico
  • Oscilações brutais de temperatura
  • Impacto constante de partículas de alta energia

O mais impressionante: as amostras não receberam qualquer tipo de proteção adicional ou umidade durante todo o período de exposição.

Resultados que surpreenderam os cientistas

Quando as cápsulas retornaram à Terra, os pesquisadores realizaram testes de germinação que trouxeram resultados extraordinários. Mais de 80% dos esporos recuperaram sua atividade normal após serem reidratados, desenvolvendo novos musgos perfeitamente saudáveis.

Embora os cientistas tenham detectado uma leve degradação no pigmento responsável pela captação de luz, essa alteração não comprometeu em nada a capacidade reprodutiva das plantas. A resistência demonstrada superou as expectativas mais otimistas da equipe de pesquisa.

Implicações para o futuro da exploração espacial

Esta descoberta tem implicações profundas para o futuro das missões espaciais de longa duração, especialmente para projetos de colonização da Lua e Marte. A sobrevivência dos esporos indica que formas de vida vegetal podem suportar longos períodos de viagem espacial e permanecer viáveis ao chegarem a destinos extraterrestres.

Os pesquisadores explicam que organismos como os musgos poderiam desempenhar funções cruciais em habitats espaciais futuros, incluindo:

  • Geração de oxigênio através da fotossíntese
  • Controle natural da umidade em ambientes fechados
  • Formação inicial de um tipo de "solo" para experimentos biológicos
  • Criação de sistemas ecológicos fechados

É importante ressaltar que o estudo não demonstra que o musgo possa crescer diretamente na Lua ou em Marte, já que ainda é necessário investigar como a planta reage à gravidade alterada, às atmosferas rarefeitas e aos níveis específicos de radiação desses ambientes. No entanto, o primeiro e mais crítico passo - chegar vivo ao destino - mostrou-se possível.

Esta pesquisa abre caminho para o desenvolvimento de sistemas biológicos de suporte vital que imitam o funcionamento da natureza, tornando as viagens espaciais de longa duração mais sustentáveis e menos dependentes de recursos terrestres. O humilde musgo pode ser, portanto, uma peça fundamental para a conquista humana do espaço profundo.