A Citroën Racing está pronta para uma nova aventura sobre o asfalto. A equipe francesa fará sua estreia na Fórmula E, o campeonato mundial de carros elétricos, já neste sábado, 6 de dezembro, no circuito do Anhembi, em São Paulo. A marca chega com ambição clara: conquistar vitórias desde sua primeira temporada e consolidar um projeto de longo prazo no cenário da mobilidade sustentável.
Um novo capítulo para uma história vitoriosa
A Citroën não é novata no mundo das competições. A marca tem um histórico glorioso no automobilismo, especialmente nas décadas de 1980 e 1990, quando dominou os ralis. Seu currículo inclui quatro vitórias no lendário Dakar e cinco títulos da Copa do Mundo de Rally Cross-Country da FIA. Agora, a Citroën Racing, criada em 2009, volta a mirar o topo, mas em um ambiente completamente novo: os circuitos urbanos da Fórmula E.
"Quando a oportunidade de participarmos da Fórmula E surgiu, dissemos sim na hora", afirmou Federico Goyret, diretor global de marketing da Citroën, durante coletiva em São Paulo. Para ele, a decisão vai ao encontro da prioridade europeia pela transição para um modelo 100% sustentável. "É um objetivo comercial importante", completou o executivo, destacando que acredita que as corridas elétricas podem ser divertidas e focadas em performance.
Dupla de pilotos de elite e tecnologia de ponta
Para enfrentar o desafio, a Citroën montou uma dupla de pilotos experientes. Ao volante estarão o francês Jean-Éric Vergne, bicampeão da Fórmula E (por Renault e DS), e o neozelandês Nick Cassidy, vencedor em competições de alto nível como a Super Formula japonesa. Vergne deixa claro o objetivo: "A Citroën já ganhou tudo no automobilismo e queremos manter esse legado. Nosso objetivo é vencer esse ano, mas nosso compromisso é de longo prazo".
Além da competição, a entrada na Fórmula E é vista como um laboratório tecnológico crucial. Diferente da Fórmula 1, onde os carros são muito distintos dos modelos de rua, a Fórmula E opera com motores e baterias cujo princípio de funcionamento é similar ao dos veículos elétricos comuns. "Na Fórmula E, os motores, as baterias, tudo funciona exatamente como nas versões de passeio", explicou Goyret.
Os avanços testados nas pistas, como os carregadores ultrarrápidos de 650 kWh usados nos boxes, têm potencial para chegar mais rápido ao consumidor final. "Tudo deve ser feito com segurança, mas há muito o que aprender", complementou o diretor.
O futuro já tem data marcada
A empolgação da equipe também se volta para o futuro próximo. A próxima geração de carros da Fórmula E, a Gen4, está programada para estrear na temporada 2026/2027. Os modelos atuais já impressionam: aceleram de 0 a 100 km/h em apenas 1,82 segundos e atingem velocidade máxima de 322 km/h. A Gen4 promete ser ainda mais rápida.
"Será o maior passo já dado pela Fórmula E em termos de evolução tecnológica", prevê Vergne. "A Citroën entrou no momento certo", comemora o piloto, vislumbrando a chance de estar na linha de frente dessa revolução.
A estreia da equipe acontece em um momento de grande popularidade para a categoria. A temporada passada (a 11ª) alcançou a marca recorde de 561 milhões de espectadores pela TV, um crescimento de 14% em relação ao ano anterior, consolidando a Fórmula E como um esporte global e engajado com o futuro da mobilidade.