Um evento de carros de luxo realizado no último sábado (22) no aeroporto de Franca, no interior de São Paulo, gerou uma acalorada polêmica entre organizadores e usuários do terminal aéreo. O fechamento temporário das operações para acomodar o "1/2 Milha Race 100-200" obrigou a dupla sertaneja Rionegro e Solimões a pousar em Ribeirão Preto, a 90 km de distância.
Defesa do organizador
Matheus Dressler, influenciador automobilístico e um dos organizadores do evento, usou as redes sociais para se defender das críticas. O jovem, que perdeu as pernas em um acidente em janeiro deste ano, afirmou que a dupla sertaneja foi "infeliz" em suas declarações.
"Fizemos tudo legalizado, não foi nada invadido o aeroporto", declarou Dressler. "Acho que [Rionegro e Solimões] foram infelizes nas palavras que acabaram sendo usadas, na parte de bagunça, de racha. Isso, automaticamente, não atinge só a minha pessoa, que organiza eventos, esse é meu trabalho, é meu sustento, como o [sustento] deles também são os shows".
O organizador ainda destacou que as críticas afetam todos os colaboradores envolvidos no evento, classificando como "inadmissível" o posicionamento dos cantores.
Críticas da dupla sertaneja
Rionegro e Solimões, que haviam se apresentado em Chapecó (SC), precisaram alterar seus planos de viagem quando descobriram que não poderiam pousar em Franca. Após aterrissarem em Ribeirão Preto, completaram o trajeto até seu destino final de carro.
"É brincadeira, palhaçada esse aeroporto de Franca. Oh, gente, aeroporto é para avião. Carro tem que correr em outros lugares", desabafou Rionegro em suas redes sociais.
A dupla também expressou preocupação com a segurança da pista após o evento, lembrando que em maio deste ano seu avião precisou fazer um pouso forçado logo após decolar do mesmo aeroporto, após o estouro de um pneu durante a decolagem.
Posicionamento das autoridades
O Corpo de Bombeiros informou que não recebeu nenhuma solicitação para regularização do evento, mesmo após alertar os organizadores sobre a necessidade. Em nota, destacaram: "Informamos que o local foi fiscalizado e advertido sobre a necessidade de regularização junto ao Corpo de Bombeiros, nos casos em que a edificação seja utilizada para fins diversos daqueles para os quais foi regularizada".
Já a Rede Voa, responsável pela operação do aeroporto, defendeu a realização do evento, afirmando que o fechamento foi amplamente planejado e divulgado com antecedência. A empresa destacou que o Notam (Aviso aos Aeronautas) correspondente foi publicado em 17 de outubro de 2025, cerca de 40 dias antes do evento.
Segundo a operadora, as equipes estavam orientadas a parar o evento em caso de urgência e que não houve qualquer impacto operacional ou de segurança não previsto. A empresa ainda afirmou que a Race, responsável pelo evento, apresentou os alvarás necessários e que o fechamento foi respaldado por análise de risco aprovada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
O evento "1/2 Milha Race 100-200" contou com estrutura montada para acomodar público pagante e reuniu carros de luxo de marcas como Ferrari, BMW, Lamborghini e Audi. O espaço permaneceu fechado para operações aéreas até as 20h.