A cidade de Campinas, no interior de São Paulo, acaba de alcançar um marco histórico para a mobilidade sustentável no Brasil. Segundo dados compilados pela Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), o município se tornou o primeiro do interior do país a superar a marca de 10 mil veículos eletrificados emplacados.
Recorde de vendas em 2025
Os números de 2025 já mostram um desempenho excepcional. De janeiro a novembro deste ano, foram vendidas 3.987 unidades na metrópole paulista. Este é o maior volume para um ano desde o início da série histórica da ABVE, em 2022.
O acumulado total agora chega a 10.198 veículos eletrificados emplacados em Campinas. Comparado com o ano de 2024, que registrou 3.502 emplacamentos, o crescimento é de 13,8%. A evolução anual mostra uma curva ascendente impressionante: 667 unidades em 2022, 2.042 em 2023, 3.502 em 2024 e 3.987 apenas nos onze primeiros meses de 2025.
Campinas no ranking nacional de eletrificação
Com essa conquista, a cidade de 1,1 milhão de habitantes assume a sétima posição no ranking nacional de emplacamentos de veículos eletrificados, sendo a única não capital entre as dez primeiras colocadas.
O ranking das maiores cidades é liderado por São Paulo (SP), com 76.640 unidades, seguida por Brasília (DF), com 46.447, e Belo Horizonte (MG), com 28.432. Campinas aparece à frente de capitais como Porto Alegre (RS) e Goiânia (GO).
Os dados da ABVE consideram todas as tecnologias disponíveis no mercado brasileiro com grau significativo de eletrificação. Isso inclui:
- Veículos 100% elétricos (BEV)
- Híbridos plug-in (PHEV)
- Híbridos puros (HEV)
- Híbridos a gasolina/álcool (HEV Flex)
- Micro-híbridos e mild hybrid (MHEV)
Preço e autonomia: os motores da popularização
Em entrevista ao g1, Thiago Sugahara, vice-presidente da ABVE, analisou os fatores por trás do crescimento. Ele destacou a queda drástica no preço médio como um elemento crucial. Há cinco anos, o tíquete médio de um veículo eletrificado era de R$ 250 mil. Hoje, modelos de entrada estão próximos de R$ 100 mil, ficando mais acessíveis ao consumidor.
Mas a questão financeira não é a única explicação. Sugahara aponta um avanço tecnológico significativo: "Ele não ficou apenas mais acessível, mas também a autonomia desses carros que há cinco, oito anos atrás eram em média de 150, 200 quilômetros, aumentou para 200, 300, até 400 quilômetros", afirmou.
O executivo conclui que a combinação de maior oferta, autonomia estendida e custo reduzido está tornando a tecnologia cada vez mais viável para o brasileiro. O caso de Campinas serve como um termômetro importante para a adoção de veículos eletrificados além dos grandes centros urbanos litorâneos, sinalizando uma expansão consistente do mercado no interior do país.