DJ de MG Pedala Mais de 4 Mil Km Até o Uruguai: A Jornada Que Virou Lição de Vida
DJ de MG pedala 4 mil km até Uruguai em jornada épica

Imagine trocar as pick-ups e os controles de um estúdio de som pelo selim de uma bike e a estrada aberta. Foi exatamente isso que fez o DJ mineiro Carlos Henrique Costa, conhecido artisticamente como DJ Koba. Aos 32 anos, ele embarcou numa jornada que muitos chamariam de loucura – mas que pra ele foi a única coisa que fazia sentido.

De Patos de Minas, no coração de Minas Gerais, até Punta del Este, no Uruguai. Mais de quatro mil quilômetros pedalados, muita poeira, sol, chuva e uma imensidão de experiências que não cabem numa música de cinco minutos. A motivação? Uma mistura de coisa da cabeça, vontade de se testar e um desejo quase incontrolável de ver até onde o corpo e a mente aguentavam.

Não Foi um Passeio no Parque, Nem Aqui Nem na China

Vamos combinar uma coisa: pegar a estrada assim, sozinho, não é para qualquer um. Carlos contou que enfrentou de tudo um pouco – e olha, não foi pouco não. Teve dia de calor de rachar o asfalto, outros de chuva torrencial que quase o fez desistir. E não me venha com aquela história romântica de 'ah, mas a paisagem compensa'. Teve trecho que foi pura provação, uma luta mental contra a vontade de jogar a bike no primeiro ônibus que passasse.

Mas é aí que a gente vê a diferença entre quem desiste e quem vira lenda pessoal. Ele criou uma estratégia maluca: pedalava uns 80, 100 quilômetros por dia. Parava em cidades pequenas, pousava em camping ou até mesmo em igrejas – sim, igrejas! – que ofereciam abrigo. A solidão? Bem, ela era companheira constante, mas não necessariamente má. Foi naqueles longos períodos sozinho que ele diz ter se encontrado de verdade.

O Melhor e o Pior da Estrada

Numa dessas paradas, num fim de mundo qualquer no Rio Grande do Sul, algo marcante aconteceu. Um senhor, vendo a poeira toda e a cara de cansado do Carlos, simplesmente ofereceu um prato de comida quente e um lugar pra dormir. Não pediu nada em troca. Esses gestos de pura humanidade, ele afirma, foram o combustível que muitas vezes faltou nas pernas.

Por outro lado, também houve os momentos de puro terror. Certa feita, numa rodovia movimentada, um caminhão passou tão, mas TÃO perto, que a rajada de vento quase o jogou na vala. Foi segundo de puro pânico, aquele que te faz pensar 'o que eu estou fazendo aqui?'.

Mais Que Quilômetros, Uma Mudança de Vida

A chegada em Punta del Este não foi bem aquela cena dramática de filme hollywoodiano, com música empolgante e plateia aplaudindo. Foi quieta, introspectiva. Ele simplesmente parou a bike, olhou para o mar e… chorou. Alívio, orgulho, saudade de casa, uma salada de sentimentos daquelas.

E o que fica de uma aventura dessas? Segundo ele, uma lição das grandes: a gente é capaz de muito mais do que imagina. Aquela meta impossível no trabalho, aquele projeto pessoal sempre adiado… tudo parece menor depois que você cruza um continente com a força das próprias pernas.

DJ Koba já está de volta a Patos de Minas, mas a estrada deixou marcas permanentes. Ele planeja agora palestras para contar sua experiência – não para se promover, mas para incentivar outros a enfrentarem seus próprios '4 mil quilômetros', sejam eles quais forem. A bike, claro, já está sendo preparada para a próxima jornada. Rumo a onde? Só o caminho vai dizer.