Um caso grave de negligência médica vem causando indignação em Tocantins. Há exatamente um ano, um paciente aguarda por uma cirurgia de reconstrução óssea após sofrer um acidente de trânsito e ter a perna errada imobilizada em um hospital público do estado.
O acidente e o erro que mudou tudo
Em novembro de 2024, o paciente sofreu um acidente de trânsito que resultou em uma fratura exposta na perna direita. Ao ser atendido no Hospital Municipal de Dianópolis, cometeu-se um erro gravíssimo: os profissionais de saúde imobilizaram a perna esquerda, que estava perfeita, deixando a perna direita fraturada sem o tratamento adequado.
"É uma situação desumana", desabafa um familiar. "Ele sofre diariamente com dores intensas e não consegue mais trabalhar. Sua vida parou completamente enquanto espera por uma solução que nunca chega."
Um ano de espera e sofrimento
Desde o ocorrido, o paciente precisa usar muletas para se locomover e depende completamente da família para atividades básicas. A fratura exposta requer uma cirurgia complexa de reconstrução óssea que, até o momento, não foi agendada.
Os profissionais de saúde envolvidos no caso relataram à direção do hospital sobre o erro na imobilização, mas nenhuma medida corretiva imediata foi tomada para resolver a situação do paciente.
Falta de transparência e descaso
A Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) foi questionada sobre o caso, mas não forneceu informações sobre quando a cirurgia será realizada ou quais medidas estão sendo tomadas para corrigir o erro médico.
O desespero da família aumenta a cada dia que passa. "Estamos vendo um ente querido definhar diante dos nossos olhos", lamenta um familiar. "Ele era uma pessoa ativa, trabalhava, sustentava a família. Agora vive dependendo de todos para tudo."
Um retrato da saúde pública
Este caso emblemático expõe as graves deficiências do sistema de saúde público em Tocantins. A demora de um ano para realizar uma cirurgia essencial evidencia problemas crônicos de gestão e falta de recursos.
Enquanto autoridades não se manifestam e prazos se estendem indefinidamente, o paciente continua sua espera por justiça e pelo direito básico à saúde - um direito constitucional que, em seu caso, foi violado duplamente: primeiro pelo erro médico e depois pela demora na reparação.