
Imagine uma sala de espera lotada, onde a cada três pessoas, duas não são da cidade. Essa é a realidade dos hospitais públicos de Teresina — e a coisa tá feia. A Fundação Municipal de Saúde (FMS) soltou um grito de socorro: quase 60% dos atendimentos são de gente que vem de outros municípios do Piauí e até do Maranhão.
O prefeito, com a cara mais amarrada que caju no sol do meio-dia, já enviou um pedido de ajuda de R$ 69 milhões pro governo estadual. "A gente tá virando UPA do interior inteiro", reclama uma enfermeira que preferiu não se identificar. E não é pra menos — os números assustam:
- 57,8% dos pacientes vêm de outras cidades
- Maioria busca serviços de média e alta complexidade
- Unidades básicas também sentem o peso
O que tá rolando?
Parece que o bicho tá pegando mesmo. Enquanto o sol derrete o asfalto lá fora, dentro dos hospitais a situação não tá muito melhor. "É fila pra tudo — consulta, exame, até pra tomar um soro", conta Dona Maria, que veio de Campo Maior e já espera há 6 horas.
Especialistas apontam o dedo pra falta de estrutura no interior. "Quando o posto de saúde do seu município não tem nem um raio-X decente, claro que a galera vem pra capital", explica o sanitarista Roberto Almeida, enquanto ajusta os óculos que não param de escorregar no nariz suado.
E agora, José?
A FMS quer criar um fundo emergencial, mas sabe-se lá quando — e se — o dinheiro vai chegar. Enquanto isso, os profissionais de saúde fazem malabarismo com o que tem:
- Ampliar horários de atendimento
- Improvisar leitos em corredores
- Priorizar casos mais graves (e torcer pra dar certo)
"Não adianta fechar os olhos e fazer que não é com a gente", dispara a secretária de saúde, esfregando as mãos cansadas. Ela tem razão — afinal, saúde pública deveria ser direito de todos, não loteria de quem mora mais perto do hospital bom.
E você, o que acha? Será que o governo estadual vai botar a mão no bolso ou vai deixar Teresina segurar esse rojão sozinha?