
Um estudo inédito realizado em São Paulo trouxe um dado alarmante: moradores das regiões periféricas da capital paulista têm probabilidade significativamente maior de contrair COVID-19 mais de uma vez em comparação com habitantes de áreas mais ricas.
Desigualdade que adoece
A pesquisa, que analisou dados de milhares de casos, identificou que a reinfecção pelo coronavírus é até 2,3 vezes mais frequente nas periferias. Entre os principais fatores estão:
- Condições precárias de moradia
- Maior dificuldade de acesso a serviços de saúde
- Necessidade de continuar trabalhando presencialmente
- Transporte público lotado
Falta de proteção persistente
Os pesquisadores destacam que a imunidade adquirida após a primeira infecção ou vacinação parece durar menos nessas populações, possivelmente devido a:
- Maior exposição ao vírus no dia a dia
- Variantes mais agressivas circulando nessas regiões
- Condições crônicas de saúde não tratadas
"É um retrato cruel da desigualdade brasileira", afirma um dos coordenadores do estudo. "Enquanto alguns podem se isolar e trabalhar remotamente, outros são obrigados a se expor diariamente".
O que pode ser feito?
Especialistas sugerem medidas urgentes:
- Campanhas de reforço vacinal direcionadas
- Melhoria no acesso a testes rápidos
- Políticas de apoio financeiro para isolamento
- Investimento em saúde básica nas periferias
A pesquisa serve como alerta para que autoridades olhem com mais atenção para as vulnerabilidades específicas das populações periféricas no combate à pandemia.