Paracetamol e Autismo: Anvisa e Ministério da Saúde Desmentem Alarme Falso e Alertam sobre Riscos da Desinformação
Anvisa e Ministério da Saúde desmentem link entre paracetamol e autismo

Pegou fogo na internet essa história – um verdadeiro boato que se espalhou mais rápido que gripe em inverno – sobre o paracetamol, aquele remédio básico de toda farmácia caseira, supostamente causando autismo. Mas segura a onda aí. A Anvisa e o Ministério da Saúde resolveram botar os pingos nos 'is' e saíram a público com um posicionamento firme e técnico.

E a mensagem é clara como água: não, gente, não existe nenhuma comprovação científica, nada mesmo, que sustente essa relação alarmista. A Agência, sempre de olho nos estudos que pipocam pelo mundo, analisou a fundo a tal pesquisa que deu origem ao burburinho. E o veredito? Falta de rigor metodológico, resultados que não se sustentam e, basicamente, uma conclusão que não deveria ter saído do foro acadêmico para virar manchete sensacionalista.

O Perigo Real não é o Remédio, é a Fake News

E é aí que a coisa fica séria de verdade. Porque o maior risco, nesse momento, não está no comprimido – está na desinformação. Imagina uma mãe, preocupadíssima, deixando de dar um antitérmico essencial para o filho com febre alta porque leu um post assustador nas redes sociais. O cenário é perigosíssimo. A febre descontrolada, isso sim, pode trazer complicações sérias, principalmente para as crianças. É um tiro pela culatra, uma tentativa de proteger que acaba colocando em risco.

As autoridades foram enfáticas: interromper o uso de um medicamento aprovado e seguro, baseado em informações sem fundamento, é uma jogada arriscadíssima. A orientação, sempre, é conversar com o médico ou o farmacêutico. Eles são a fonte confiável, não o feed do Twitter ou o grupo de WhatsApp da família.

Como Nasce um Alarme Falso?

Você já parou para pensar como essas notícias bombásticas ganham tanto espaço? Às vezes, um estudo preliminar, cheio de limitações e que precisa ser replicado e confirmado por outros cientistas, vaza e é tratado como verdade absoluta. A ciência, ao contrário, é um processo lento, meticuloso, cheio de idas e vindas. Uma andorinha só não faz verão, e um único artigo não estabelece uma verdade médica.

No caso do paracetamol, ele é um dos medicamentos mais estudados e utilizados no planeta. Sua segurança e eficácia são amplamente conhecidas há décadas. Claro, como qualquer remédio, tem suas contraindicações e a dose máxima precisa ser respeitada à risca para evitar problemas no fígado. Mas daí a causar autismo? É um salto gigantesco, sem nenhuma ponte científica para sustentá-lo.

O recado das autoridades de saúde brasileiras é um só: calma e ponderação. Na dúvida, cheque a fonte. Desconfie de manchetes muito sensacionalistas. E, o mais importante, não tire conclusões sobre a sua saúde ou a de sua família sem o aval de um profissional. A internet está cheia de especialistas de sofá; seu médico é o especialista de verdade.