
Imagine precisar de um médico e descobrir, na hora H, que seu direito à saúde escorreu pelos dedos por um detalhe burocrático. Pois é exatamente esse pesadelo que ronda mais de 100 mil cariocas — e a culpa, meu amigo, está naquela enrolação clássica de "deixo pra resolver depois".
O sistema tá com a faca e o queijo na mão: segundo levantamentos recentes, uma multidão de usuários do SUS no Rio simplesmente deixou os dados cadastrais virarem pó. Nome, endereço, telefone — tudo parado no tempo como um disco de vinil arranhado. Resultado? O atendimento pode virar fumaça sem aviso prévio.
O que tá pegando?
Pra você ter ideia, a situação é tão absurda que:
- Alguns registros não são atualizados desde o governo passado (e olha que nem foi tão longe assim)
- Tem gente que mudou de bairro três vezes e esqueceu de avisar o posto de saúde
- Números de telefone cadastrados ainda têm DDD antigo — desses que nem existem mais
"Ah, mas isso é problema deles" — pensa o desavisado. Ledo engano! Quando a emergência bate na porta, ninguém quer ouvir que perdeu a vaga porque esqueceu de atualizar um simples formulário.
Como não ficar no prego?
Se você é daqueles que acha que "tá tudo sob controle", melhor dar uma espiada nessa lista:
- Corre no posto de saúde mais próximo — sim, aquele que você sempre passa de fininho
- Leva um documento com foto e comprovante de residência (aquele que tá jogado na gaveta faz meses)
- Pergunta sobre o Cartão Nacional de Saúde — não, não é aquele cartão do plano particular da firma
E atenção, marujos da procrastinação: o barco tá prestes a zarpar. Os prazos não são tão flexíveis quanto aquela calça jeans depois do almoço de domingo.
Pra completar o serviço, a coordenadora municipal de saúde, Maria Fernanda (nome fictício, porque ninguém quer aparecer nessa encrenca), soltou a pérola: "É como ter seguro de carro e esquecer de pagar — quando precisa, a dor de cabeça é garantida". E olha que ela nem conhece meu histórico com a seguradora...
Brincadeiras à parte, o recado é sério. Num momento em que o SUS — aquele mesmo que segurou as pontas durante a pandemia — precisa mais do que nunca de dados confiáveis, deixar seu cadastro no limbo é tipo apostar roleta russa com a própria saúde.