Esclerose Múltipla: Entenda a doença que afeta 2,8 milhões de pessoas no mundo
Esclerose Múltipla: entendendo a doença neurológica

A esclerose múltipla, uma doença neurológica que afeta aproximadamente 2,8 milhões de pessoas em todo o mundo, continua sendo um grande desafio para a medicina moderna. Para esclarecer dúvidas e desmistificar conceitos, conversamos com Carol Ribeiro, presidente da Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM), que compartilha insights valiosos sobre esta condição complexa.

O que é a esclerose múltipla?

Carol Ribeiro explica que a esclerose múltipla é uma doença autoimune que ataca o sistema nervoso central, especificamente a bainha de mielina que protege as fibras nervosas. "É como se os fios elétricos do cérebro perdessem sua capa isolante", compara a especialista.

Esta condição crônica pode se manifestar de diferentes formas, sendo as principais:

  • Forma remitente-recorrente: surtos seguidos de períodos de recuperação
  • Forma progressiva primária: piora gradual desde o início
  • Forma progressiva secundária: evolui da forma remitente para progressiva

Sinais e sintomas que exigem atenção

Os sintomas da esclerose múltipla variam significativamente entre os pacientes, mas alguns sinais são mais comuns:

  1. Fadiga intensa e incapacitante
  2. Distúrbios visuais, incluindo visão dupla ou embaçada
  3. Dificuldades de equilíbrio e coordenação
  4. Formigamento ou dormência em membros
  5. Problemas cognitivos, como perda de memória

"Muitos pacientes relatam que os sintomas pioram com o calor", destaca Carol Ribeiro, referindo-se ao fenômeno de Uhthoff, característico da doença.

O desafio do diagnóstico precoce

Um dos maiores obstáculos no tratamento da esclerose múltipla é o diagnóstico tardio. A especialista alerta que o tempo médio entre os primeiros sintomas e o diagnóstico pode levar anos, prejudicando significativamente a qualidade de vida dos pacientes.

"Quanto antes iniciarmos o tratamento, melhor será o prognóstico e a qualidade de vida do paciente", enfatiza a presidente da ABEM.

Tratamentos e avanços médicos

As opções terapêuticas para esclerose múltipla evoluíram consideravelmente nas últimas décadas. Hoje, existem medicamentos modificadores da doença que podem:

  • Reduzir a frequência e intensidade dos surtos
  • Retardar a progressão da doença
  • Melhorar a qualidade de vida dos pacientes

Além dos tratamentos medicamentosos, Carol Ribeiro destaca a importância de uma abordagem multidisciplinar, incluindo fisioterapia, terapia ocupacional e suporte psicológico.

Conscientização e apoio aos pacientes

A ABEM trabalha incessantemente para oferecer suporte aos pacientes e suas famílias, além de promover campanhas de conscientização sobre a doença. "É fundamental que as pessoas entendam que a esclerose múltipla não é contagiosa e não afeta a expectativa de vida da maioria dos pacientes", esclarece Carol.

Com informações adequadas e tratamento correto, muitos pacientes conseguem manter uma vida ativa e produtiva, desafiando os estigmas associados à doença neurológica.